Celebrado por casais e pelo comércio, o Dia dos Namorados se aproxima e a hora é de usar o coração e o bolso para procurar a melhor opção para a pessoa amada. A expectativa é tão grande que alguns consumidores já estão nas lojas a fim de garantir aquele presente. Mas este ano, no que os pombinhos da capital estão apostando para agradar os companheiros?
Roberta da Costa, 52 anos, foi às compras junto com o marido para escolher o presente neste Dia dos Namorados. "Esse ano viemos passear e procurar alguma coisa. Geralmente, procuramos no shopping mesmo", disse. Ela e o companheiro vão apostar em vestuário na hora de comprar. "Eu gosto de tudo, de calçado, de roupa, de acessórios, então dou prioridade a esses itens. Acho que ele gosta disso também", contou.
Além de trocar lembranças, o casal pretende sair para fazer algo especial e planejaram com antecedência os detalhes da ocasião. "Sempre nos programamos antes, para chegar no dia e trocarmos presentes, sair, etc. Gostamos de curtir o nosso momento, então, economizamos uns meses antes e pensamos em tudo", detalhou.
Para surpreender neste dia dos namorados, Kauã Vitor, 19, tem observado bem os interesses pessoais de sua namorada Maria Eduarda Sousa, 16, e visitado lojas de cosméticos. "Vou em lojas de maquiagem para dar uma paleta que ela quer", conta. O jovem barman decidiu o que presentear, após pesquisar preços em lojas digitais e também consultando diretamente a parceira, "Pergunto se ela gostou, não escondo não."
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Da mesma forma, Maria Eduarda presta atenção no estilo de Kauã para não errar na surpresa. "Procuro alguma coisa de time, algo que ele goste". A estudante e maquiadora vai compra presentes pela primeira vez, por isso se atenta aos desejos do namorado. "Tem coisas que eu gosto e talvez ele não goste, então eu pergunto logo", expõe.
A moradora do Lago Norte Angela Gonsioroski , 68, dispensa a compra de produtos: "Nada de roupas, nem sapatos", ela diz. No lugar disso, a funcionária pública aposentada prefere aproveitar a data romântica em passeios e jantares. Ela também aproveita para viajar, geralmente indo à destinos com praia. "Esse ano vamos a Campos do Jordão", revela.
Angela e o marido dela, Josias Gonsioroski, 80, estão juntos há 50 anos, mas tanto tempo de relacionamento não diminui a expectativa . O experiente casal se programa e reserva uma quantia em dinheiro todos os meses para que o dia não passe despercebido. "Comemoramos todo ano. É o meu eterno namorado", declara.
Otimismo nas vendas
O Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF) vê que a ocasião promete trazer alívio aos comerciantes locais. É projetado um crescimento de 8% nas vendas (1,5% a mais que o esperado em 2022). O presidente da instituição, Sebastião Abritta, destaca que o Dia dos Namorados é um dos eventos mais importantes nos estabelecimentos da capital. "O pessoal está bem animado. Essa é a segunda melhor data comemorativa para nós. Só o Natal a supera, então acredito que vai ser bem benéfico à economia local", afirmou.
Segundo apuração feita pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), cerca de 100 milhões de pessoas devem ir às compras em todo o país. Na capital, ao menos 380 mil irão às lojas até o dia 12 de junho.
De acordo com Abritta, os clientes poderão desembolsar um pouco mais, por conta da redução do preço do combustível em relação ao último ano. "A diminuição no preço da gasolina afeta tanto quem compra quanto quem vende. O valor das mercadorias, por exemplo, diminui e o frete também. Além disso, o combustível cobre grande parte do orçamento dos cidadãos. Sem tanto gasto nesse produto, os casais podem gastar mais num presente melhor", disse.
José Aparecido da Costa Freire, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-DF) ressalta que mudanças no salário dos consumidores também tiveram impacto nesse cenário. "Outra questão que pode ter impactado são os reajustes salariais concedidos tanto pelo governo federal e local, já que boa parte da nossa economia está lastreada à folha de pagamento dos servidores públicos", apontou.
Em pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio-DF, esse otimismo é confirmado. A indicação é de que 64,5% dos brasilienses pretendem presentear a pessoa amada no Dia dos Namorados. Além disso, o ticket médio cresceu, passando de R$ 211,23 para R$ 227,98. Os homens são os mais dispostos a gastar na data. Conforme o levantamento, o valor do indicador para eles é de R$ 272,28. Já as mulheres vão gastar um pouco menos, com ticket médio em R$ 176,35.
Mesmo com o panorama favorável, a perspectiva é de baixa no valor médio das compras neste ano. O levantamento aponta que o gasto esperado para cada pessoa é de R$ 157,25, contra R$ 268,92 em 2022, o que representa uma queda de 41%. Para lidar com isso, 76% dos lojistas vai utilizar alguma estratégia para alavancar as vendas, como diversidade de produtos (24,1%); vitrine temática (19,3%); divulgação com propagandas e promoção, (ambos com 18,3%).
Com isso, as alternativas para quem vai comprar e quem vai vender se resumem em duas palavras: pesquisar e fidelizar. "Orientamos que os consumidores pesquisem e comparem os preços. Essa é a melhor maneira de realizar boas compras. Quanto aos lojistas, que atendam bem aos clientes e busquem fidelizá-los, pois isso será revertido em melhorias nos negócios", recomenda Freire.
Presentes mais procurados pelos brasilienses
Roupas/acessórios — 25,8%
Cosméticos/perfumes — 18,4%
Calçados/acessórios — 17,6%
Flores 10,3% —
Eletrônicos 7,6% —
Chocolates/trufas — 6,4%
Café da manhã — 5,6%
Produtos culturais — 4,4%
Livros — 3,9%
Inflação
Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre) mostra que os produtos e serviços mais procurados para o Dia dos Namorados subiram em média 6% nos últimos 12 meses. O percentual é quase o dobro da inflação apurada no mesmo período, que foi de 3,02%.
O estudo considerou uma cesta com 30 itens, composta por oito serviços e 22 produtos. Considerando apenas os serviços, a inflação acumulada até maio foi de 5,89%. A maior alta foi a dos preços da hospedagem em hotel ou motel (6,53%), seguida pelos avanços em restaurantes
(6,27%), salão de beleza (6,19%) e cinema (5,73%).
*Estagiários sob a supervisão de Suzano Almeida
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