A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), mudou o cronograma e ouvirá os dois acusados de tentar explodir o Aeroporto de Brasília no mesmo dia. Alan Diego dos Santos Rodrigues e George Washington de Oliveira Sousa serão ouvidos em 29 de junho.
Para que não seja exaustiva a oitiva de ambos, a CPI irá começar os trabalhos mais cedo. Os distritais têm a liberação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e os depoimentos serão os últimos antes do recesso parlamentar dos deputados.
A estratégica foi adotada também por causa de logística, já que os dois estão relacionados ao mesmo tema. Para que sejam liberados, foi necessário combinar com o local onde os dois estão presos: o Complexo Penitenciário da Papuda. Eles terão garantido o direito ao silêncio.
CPI
Na sessão extraordinária da CPI desta quinta-feira, os distritais ouviram o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias — conhecido como G. Dias. Ele afirmou que não foi conivente com a invasão ao Palácio do Planalto, nos atos de 8 de janeiro. Ele considerou, também, as imagens vazadas dele dentro do Planalto como “imprecisas” e “desconexas”.
“Existe uma narrativa de que eu facilitei, ou deixei por facilitar (a invasão no Planalto). Naquela imagem de um major servindo água, e eu do lado. A imagem foi gravada às 15h59, e a minha foi às 16h30. A defasagem foi de 30 minutos. Eu não estava junto dele. Eu não servi água. Eu não fui conivente com o que estava acontecendo”, disse. “Todo o quarto andar foi preservado. Toda a sala do presidente Lula foi preservada. Com as ordens que eu dei, todo o gabinete pessoal do presidente foi preservado. Foram 182 prisões e não teve mortes”, disse o general.
G. Dias falou sobre sua carreira dentro do Exército e explicou que defendeu o Planalto no 8 de janeiro. As imagens do ex-chefe nos atos foram divulgadas pela CNN Brasil. “Em 2022, fui convidado para assumir o GSI, tomando posse em 1° de janeiro. Eu pedi afastamento em 19 de abril. Eu saí por causa da divulgação imprecisa e desconexa de vídeos gravados no interior do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro. Naquele dia, foram cometidas agressões impensáveis à democracia brasileira (...) No dia 8, defendi o palácio presidencial no meio de um levante antidemocrático”, disse o general.
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