Um dos crimes mais bárbaros no DF, o assassinato de Emily Talita da Silva, 20 anos, no mês passado, marcou a história da capital federal. A delegada-chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam II), Letízia Lourenço, atuou nessa ocorrência, e contou detalhes sobre a importância de ações contra o feminicídio no seminário Combate ao feminicídio: Responsabilidade de todos, promovido pelo Correio. A delegada reforçou que é necessário um basta na violência contra a mulher.
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“É importante um evento assim do Correio. O jornal é pioneiro nesse trabalho, reforçando os locais de denúncias nas edições do impresso e do site, incentivando a população e a própria vítima de procurar a polícia. É mais do que necessário quebramos o ciclo de violência”, disse a delegada.
“O feminicídio é um dos ciclos da violência. O começo desse começa dentro de casa, com o companheiro, se expande para a psicológica, patrimonial. Em situações assim, a vítima precisa procurar a polícia. Existem meios para denunciar. Não podemos deixar mais vítimas morrerem, e por isso estamos a disposição. Não só a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também. Denuncie, ligue 190 e 197”, completou a chefe da Deam II.
No caso do feminicídio de Emily, o homem foi preso em Águas Lindas. Dos crimes desse gênero no DF, todos os acusados foram presos – com exceção de auto-extermínio.
Programação
O seminário será dividido em dois painéis: o primeiro — "Punição mais severa é o caminho?" — abordará punições para feminicidas. No segundo painel — "Redes de apoio contra a violência: educar para transformar" — serão discutidas formas de acolhimento às vítimas e como educação e informação podem ajudar as mulheres a se libertarem do ciclo da violência.
Participarão do evento a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP); o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar; a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves; a assistente da assessoria internacional do Ministério das Mulheres, Rita Lima; a integrante da Executiva Nacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e ativista pela Frente de Mulheres Negras no DF, Vera Lúcia Santana Araújo; a defensora pública e chefe do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, Antônia Carneiro e a coordenadora do Observatório Pop Negra da Universidade de Brasília (UnB), Majorie Chaves.
Até o início de julho, um total de 20 feminicídios foram registrados no Distrito Federal, três ocorrências a mais do que as 17 registradas durante todo o ano de 2022. Além disso, nesta semana, a reviravolta na investigação da morte de uma mulher que faleceu em março deste ano pode acrescentar mais um caso aos feminicídios de 2023, totalizando 21 mortes de mulheres por questão de gênero.
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