CPI CLDF

Penteado rebate G. Dias sobre 8/1 na CPI: "Não houve palavrão e nem ordens"

Penteado, ex-número 2 do GSI, detalhou que chegou ao ex-ministro G. Dias informando o que estaria sendo feito para conter os manifestantes, e rebateu sobre ter recebido ordens dele

Em um outro momento do depoimento, o ex-número 2 do GSI elogiou a bravura de integrantes das forças de segurança do DF -  (crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press)
Em um outro momento do depoimento, o ex-número 2 do GSI elogiou a bravura de integrantes das forças de segurança do DF - (crédito: Carlos Vieira/CB/DA Press)
Pablo Giovanni
postado em 04/09/2023 13:27 / atualizado em 04/09/2023 15:09

O ex-secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Russo Assumpção Penteado rebateu o ex-ministro Gonçalves Dias, sobre ter recebido ordens do ex-chefe sobre o 8 de janeiro. À CPI dos Atos Antidemocráticos, Penteado disse que o Plano Escudo estava sendo executado, e que “não houve grito, palavrão e nem ordens” de G. Dias.

Convocado como testemunha, o ex-número 2 do GSI explicou aos distritais que sugeriu que G. Dias não fosse ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro, por priorizar a segurança do então chefe. Apesar disso, o ministro decidiu comparecer e, lá, Penteado alega ter detalhado a atuação da equipe contra os manifestantes. “A situação não era de normalidade, pois o rompimento das barreiras indicava que a mesma poderia piorar. No deslocamento, fui informado que o Planalto havia sido tomado pelos manifestantes em grande número, que quebraram as vidraças e adentraram por todos os lados”, explica.

“Por volta de 15h20, chega o ministro do GSI e o diretor-adjunto do Departamento de Segurança. Falei com ele sobre a situação e que iríamos afastar o pessoal que estava nas imediações do Planalto. Não houve grito, não houve palavrão e nem ordens. Como o Plano Escudo é preventivo, não havia sentido falar naquele momento em colocar barreiras ou qualquer outra ação que não fosse a retomada do Planalto”, completou Penteado.

Ocorre que, em depoimento à própria CPI da CLDF, em 22 de junho, G. Dias pontuou que foi orientado por Penteado a não comparecer ao Planalto, porque estaria “tudo normal”. Já no Palácio, teria cobrado do número 2 com um palavrão para que fosse montado um bloqueio e, a partir daquele momento, Penteado teria saído para cumprir a ordem. Ou seja, duas versões distintas.

“Aquele era o bloqueio do Plano Escudo do Planalto e tinha de estar montado. Não estava. Inclusive, cobrei dele, com um palavrão, o motivo de o bloqueio do Plano Escudo não ter sido montado. O general Penteado, que não deu resposta à minha pergunta, saiu para montar o bloqueio de proteção, porque dei-lhe a ordem”, disse G. Dias, aos distritais, na ocasião. 

Origem 

Penteado, além de ter desempenhado função na equipe de G. Dias, foi um dos poucos que permaneceu no gabinete de segurança. Ele é oriundo da equipe do ex-ministro do GSI do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o general Augusto Heleno.

Em 24 de janeiro, o governo federal exonerou o general, remanejando-o para o gabinete do comandante do Exército. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) um dia antes, pelo atual vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), após sugestão enviada ao Ministério da Defesa pelo Exército Brasileiro.

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