Investigação

"Como atiram na cabeça e esperam que fique vivo?", diz tia de jovem morto

Morto após a polícia militar atirar no carro em que estava durante a fuga de uma blitz, Islan da Cruz Nogueira será velado na terça (31/10). Segundo a família, houve excesso e negligência por parte da polícia

Islan tinha 24 anos e era morador de São Sebastião -  (crédito: Reprodução/Instagram)
Islan tinha 24 anos e era morador de São Sebastião - (crédito: Reprodução/Instagram)
postado em 30/10/2023 14:42

Morto após agentes de segurança dispararem contra a BMW 350i branca em que estava, Islan da Cruz Nogueira, 24 anos, será velado na terça-feira (31/10), no cemitério Campo da Esperança, da Asa Sul. O homem morreu durante uma tentativa de fuga de blitz no Eixo Monumental. Segundo os familiares do jovem, houve excesso e negligência por parte da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que ainda não entrou em contato com eles nem informou, no domingo (29/10), sobre a morte do rapaz.

Na manhã desta segunda (30/10), os pais, a irmã e a tia de Islan foram até o Instituto Médico Legal (IML) fazer o reconhecimento do corpo. A cabelereira Marineide da Cruz, 42, mãe do jovem, contou que a família não conhecia Raimundo Cleofás, 41, condutor do veículo, e acredita que ambos se conheceram no emprego que o filho iniciou recentemente em uma pizzaria. O motorista seria irmão do chefe de Islan. “Só quero entender o que aconteceu, porque até agora nenhuma autoridade veio falar conosco”, disse a cabeleireira.

Aline da Cruz, 23, falou com o irmão no sábado (28/10), quando ele estava em uma festa, antes de sair com Raimundo. “Lembro que pedi para ele ter cuidado e não voltar de moto para casa, caso tivesse ingerido álcool. Nesse momento, ele falou para eu ficar tranquila, pois pegaria uma carona”, comentou. Na manhã de domingo (29/10), estranhou a falta de notícias de Islan. “Acredito que ele estava no lugar errado, na hora errada”, lamentou.

Jorge Nogueira, 51, pai da vítima, contou que o filho foi atingido na cabeça. "Era um menino novo, trabalhador, que tinha a vida toda pela frente. Me chamava de meu coroa e me ajudava nas despesas de casa", relatou, emocionado. O jovem, que morava em São Sebastião, havia comprado uma moto nas últimas semanas para fazer o “bico” na pizzaria, mas também trabalhava como repositor em um supermercado.

“Como atiram na cabeça e esperam que ele fique vivo? Ele estava apenas se divertindo", frisou Mari da Cruz, tia de Islan. “O tiro foi certeiro, falta de preparo. Mas meu filho tem família e vamos lutar por justiça”, completou Marineide, que está grávida.

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