A língua para fora, o rabo dançante, bolinhas voando, as patinhas sujas e as orelhas em pé definem o cenário: cachorros se divertindo livremente. Os chamados “ParCães”, situados em algumas regiões do DF (veja relação ao final da matéria), são espaços voltados para os pets e seus donos, que buscam áreas para lazer e interação entre os animais.
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Um desses locais, na quadra 104 do Sudoeste, atrai donos e cães de todos os cantos de Brasília, com seu ambiente cercado e cuidado pelos próprios frequentadores. “Esse parque é alegria. Venho aqui desde novembro. Tem gente que acha ruim porque há regras, mas está bonito e bem cuidado, um espaço maravilhoso para os cachorros grandes e também para os pequenos. O Bóris, meu cachorro, adora gente. Vem de manhã e à tarde”, conta Cecília Silva, de 65 anos.
Morador do Sudoeste, Ítalo Araújo é um dos idealizadores do ParCão. “Pela quantidade de pets que existem aqui, um parque para animais era necessário”, ressalta. Tutor de duas cadelas de pequeno porte, ele e outras pessoas tinham dificuldade em encontrar um lugar para brincar com seus animais. “Síndicos de condomínios e moradores que não gostam de animais alegam que os pets danificam os gramados e podem levar doenças aos humanos”, diz Ítalo.
Depois de serem obrigados a mudar várias vezes os pontos onde se reuniam, Ítalo buscou um espaço próprio para os animais, onde não seriam mais importunados. O caminho encontrado foi por meio do projeto Adote Uma Praça, do governo do Distrito Federal, e uma parceria com a administração do Sudoeste. Enquanto a administração ficou responsável pelo cercamento do local, plantio de grama e construção de calçadas de acesso, os tutores compraram brinquedos e canaletas que evitam que as ferragens das cercas enferrujem, entre outros itens. “Tudo que nós conseguimos hoje foi com a ajuda de cada um. Então, a gente reforça para que cada frequentador tome o cuidado de preservar esse espaço de lazer para os nossos pets”, destaca Ítalo.
Pensando em proporcionar uma área para interação entre o tutor e o pet, a Clínica SenSipet adicionou um ParCão de uso gratuito na comercial da 113 Sul, bloco C. Lá, Christina, tutora do chihuahua Oro e de Joca e da fêmea Shiva, ambos da raça Jack Russell, passou a levar os animais. “O parquinho com agility é incrível. Os cachorros vão e brincam muito. Esses espaços reservados para os pets são fundamentais, pois a população pet tem aumentado significativamente e eles precisam ser tratados com toda atenção. Mãe de pet é exigente”, enfatiza Christina.
Qualidade de vida
Em Samambaia, o primeiro ParCão foi inaugurado em 14 de outubro, batizado de K9 Heloísa — uma homenagem à cachorra Helô, que serviu por quase seis anos ao Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães), da Polícia Militar (PMDF). A cadela, que morreu em agosto deste ano, contribuiu em diversas operações de combate ao crime e ao tráfico de drogas na região administrativa.
Maria de Fátima, moradora de Samambaia, tem duas cachorrinhas e ficou animada com a novidade “Não conhecia esse espaço, achei muito legal vou trazer minhas cachorrinhas para brincarem aqui”, afirma a moradora.
Segundo a veterinária Priscila Borges, os ParCães desempenham um papel muito importante e significativo na qualidade de vida dos animais de estimação. "É importante para que realizem atividades físicas. É um espaço seguro, onde os cães podem correr, brincar e se exercitar sem estar na guia. Os cães são animais sociais por natureza. Eles viveriam em matilhas. Então, para eles, é importante interagir e estar explorando novos ambientes, sendo, muitas vezes, uma fuga da rotina”, explica
Cuidados com os pets
Na hora da diversão, o cuidado com os bichinhos é fundamental. A veterinária Priscila Borges orienta os donos de pets. “É importante que a saúde esteja em dia, certificar que o cão está com todas as vacinas em dia é essencial. Ter a tag de identificação na coleirinha, sempre mantendo o animal com a plaquinha, porque normalmente nesses ambientes eles estarão sem a guia, então é muito importante que haja uma forma de identificar esse animal em caso de fuga", orienta a especialista. Outras recomendações são supervisionar os animais o tempo todo, não soltar o cachorro e ficar mexendo no celular, estar atento para evitar brigas, garantir que o cão se comporte bem com seus pares e não importune a eles e às pessoas.
Além dessas precauções, é melhor fazer os passeios em horários com temperaturas mais amenas. “Os cachorros têm uma dificuldade de troca de calor. Eles não têm uma troca de calor tão efetiva como nós, humanos, pela pele. Eles trocam mais pela boca. Por isso, arfam bastante quando estão com calor", ensina a veterinária.
ParCães do DF
Águas Claras
Quadras 102, 104, 106, 107, 204, 205, 207, 208, 209, 210, ruas 7 Norte, 7 Sul, 36/37 Sul, próximo às estações de metrô Arniqueiras, Concessionárias — lado Norte, Concessionária — lado Sul e Águas Claras
Sudoeste
Parque Urbano do Bosque e entre SQSW 104 e 105
Cruzeiro
Próximo à Feira Permanente
Lago Norte
SHIN QI 2
Parque da Cidade
Perto da entrada ao lado da Polícia Especializada e IML
Samambaia
Quadra 101, ao lado do Estádio Rorizão
Asa Sul
Quadra 113 Sul, ao lado da padaria Belini, na Clínica Veterinária SensiPet.
*Todos esses espaços são de uso gratuito
*Estagiária sob supervisão de Malcia Afonso
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