O roubo de uma cadela da raça yorkshire, no Sudoeste, alertou e preocupou tutores sobre possíveis sequestros de animais na capital federal. Ontem, a Polícia Civil do DF e a Polícia Federal resgataram o bichinho e prenderam os dois suspeitos dentro de um avião que pousou em João Pessoa, na Paraíba. Um dos detidos é o ex-namorado da tutora.
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Para os tutores, a preocupação de furtos e roubos é frequente. Cães de raças mais raras costumam ser alvos de criminosos para, posteriormente, serem vendidos no mercado ilegal. Em abril deste ano, um filhote de buldogue francês, avaliado entre R$ 4 e R$ 12 mil, foi roubado no Recanto das Emas, mas recuperado em seguida.
A tutora do animal havia negociado a venda dele pela internet e, no dia de encontrar o comprador pessoalmente, o homem pegou o cachorro e correu. O suspeito acabou preso em flagrante. Em março de 2022, um funcionário de um hotel para pets foi assaltado, na 112 Sul. Os criminosos levaram um cachorro da raça maltês. Os assaltantes fugiram em uma motocicleta.
No DF, a Polícia Civil inaugurou, em agosto deste ano, a primeira Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais do país. O objetivo é aumentar a proteção aos animais e possibilitar investigações mais detalhadas das ocorrências de maus-tratos e crueldade contra cães, gatos e outros animais no DF. Bruno Ehndo, delegado-chefe, explica que os casos mais recorrentes de crimes contra animais são os furtos. "É onde o animal não está sob a vigilância do dono, por exemplo. O furto é o que mais acontece, e por conta do valor agregado ao animal, de raça, acaba tendo valor patrimonial, que desperta interesse do criminoso, no sentido de fazer dinheiro com o animal", salientou.
À pedido do Correio, o policial elencou medidas que podem ser adotadas pelos tutores para coibir esse tipo de delito. O primeiro deles é a identificação correta do animal, como o uso de coleiras que contenham os dados do cão, o telefone de quem detém a tutela, local onde pode ser entregue, entre outras informações. "A supervisão é super importante. Não se deve deixar o animal sozinho por longos períodos em locais públicos ou áreas externas, sem supervisão. A segurança em casa, como o uso de cercas e portões, ajudam na proteção, assim como a instalação de equipamentos de vigilância eletrônica, que ajudam a coibir a ação de pessoas mal intencionadas", enumerou Bruno Ehndo.
Por fim, o delegado-chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais destacou o risco do compartilhamento de fotos dos animais em redes sociais. "As publicações podem servir como um cardápio atrativo para criminosos", finalizou.
Chip
A proprietária da clínica veterinária FranVet, Francielle Borges Kuchminski, explicou que os chips, como o que foi implantado em Cherie, a cadelinha que foi roubada na manhã do domingo, no Sudoeste, não serve como localizador do animal.
"O chip não tem a função de GPS. Serve, na verdade, como um prontuário do bicho, com informações como sexo, idade, raça, informações clínicas e nomes dos tutores. As informações contidas, que são lidas por meio de um leitor universal que é passado sobre o cachorro, serão incluídas, a depender do que decidirem os proprietários junto ao médico veterinário", explica a veterinária. O chip, segundo Francielle, é aplicado entre as escápulas do cão ou do gato, na região subcutânea.
Em caso de furto ou roubo de animais de estimação, a profissional explicou que o dispositivo eletrônico pode ajudar caso o bicho roubado passe por alguma consulta e o veterinário faça a leitura do chip e tenha ciência do desaparecimento do pet. A veterinária também contou que há no mercado tags que servem como localizadores, mas que, como são colocados na coleira do animal, podem ser facilmente removidas.
Precauções
A moradora da Asa Norte Nathália Barros, 28 anos, é tutora da Malu, uma schnauzer miniatura de 12 anos de idade. A publicitária conta que os moradores têm percebido o aumento da violência nas áreas próximas ao condomínio onde vive. "Confesso que não me sinto segura de passear com a Malu fora do condomínio. Os passeios que tenho com ela, geralmente, são aqui dentro, porque soubemos do caso de uma pessoa em situação de rua pedindo o cachorro de uma moradora que estava passeando fora daqui", disse.
Ailson Souza, 34, é "pai" da Zoe, uma yorkshire de 8 anos. "Em geral, eu passeio com ela em uma pracinha perto de casa, no Sudoeste. Eu sei que é errado, mas costumo não usar coleira nessas ocasiões, já que não há chances de ela atacar alguém ou outro cachorro", revelou o técnico em informática. No entanto, quando o passeio é em local diferente, ele avisou que usa a coleira no pet.
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