VIOLÊNCIA

Quem é o pastor de Samambaia preso por estuprar fiéis para "quebrar maldição"

Com mais de 29 mil seguidores nas redes sociais, o pastor costumava postar os cultos, fotos com a família e os trabalhos como cantor

Sinval prometia
Sinval prometia "quebrar maldição" de fieis com os abusos sexuais - (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

O pastor evangélico preso por acusação de estuprar fiéis da igreja onde ele pastoreava se chama Sinval Ferreira. Nas redes sociais, o religioso se intitula como cantor e presidente da Igreja Casa de Oração Pentecostal Missionária (Icopm), localizada na QR 312 de Samambaia. Sinval foi detido pela Polícia Civil (PCDF) na manhã desta quarta-feira (22/5).

Com mais de 29 mil seguidores nas redes sociais, o pastor costumava postar os cultos, fotos com a família e os trabalhos como cantor. Nos diversos vídeos, ele aparece entregando revelações aos fiéis, dom o qual ele afirmava que detinha, segundo o depoimento de vítimas na delegacia.

Em um dos casos, o religioso abordou um fiel e disse ter tido uma visão em que a mulher dele iria morrer. Para “quebrar a maldição” de morte, a solução seria a realização de sete “unções”, que teriam que ser feitas nas partes íntimas da esposa do fiel. Com medo, a vítima cedeu e manteve relações com o líder religioso.

De acordo com a apuração policial conduzida pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte), o pastor agia sempre sob a ameaça de morte de algum parente próximo — cônjuge, filho e outros —, obrigando os fiéis a terem relações sexuais com ele e também com outros fiéis.

Uma segunda pastora de uma igreja de Sobradinho é suspeita de aplicar com as ameaças de “castigo celestial”. Ela chegou a ter relação sexual com os fiéis na presença do pastor.

Extorsão

As investigações ainda revelaram que Sinval auferia vantagem financeira dos membros da igreja os ameaçando. As ameaças consistiam em dizer que um ente querido iria morrer ou ficaria deficiente.

Uma das vítimas, que é mulher, além de realizar doações para igreja, chegou a pagar passagem e hospedagem para o autor viajar para o Rio de Janeiro, sendo que essa mesma vítima ainda emprestou uma chácara que tinha, onde o autor realizou “orgias” com outros membros da igreja.

As buscas nesta manhã foram cumpridas nas cidades de Vicente Pires, Samambaia e Sobradinho. Os autores irão responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e extorsão, cujas penas podem chegar a 17 anos de prisão.

O Correio tenta contato com a defesa de Sinval. O espaço segue aberto para eventual manifestação.

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postado em 22/05/2024 07:28 / atualizado em 22/05/2024 17:22
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