
A dança encerrou com chave de ouro o projeto Viva o Teatro, que comemorou a tão aguardada reabertura do Teatro Nacional Claudio Santoro após uma década de portas fechadas. Nesta quinta-feira (26/12), a Sala Martins Pena transformou-se em um palco repleto de emoções e histórias, onde diferentes companhias de dança encantaram o público.
O espetáculo teve início com a apresentação da Síntese Cia de Dança e sua obra Corpo em Serenata, que trouxe leveza e harmonia. Na sequência, a Transições Companhia de Dança e Artes levou o público a um passeio pelas tradições brasileiras com Na Pegada Popular no Coração do Brasil. As apresentações continuaram com a performance de Shamsa Nureen em Magia do Oriente. Por fim teve o Boi de Seu Teodoro, um verdadeiro tesouro cultural, reconhecido como Patrimônio Imaterial do Distrito Federal.
Para muitos, o retorno à Sala Martins Pena foi mais do que um espetáculo; foi uma viagem no tempo. Violet Vitória de Castro Pereira, de 22 anos, compartilhou a emoção de visitar o teatro pela primeira vez. “É um marco para mim. Nasci em Brasília, mas nunca tive a chance de conhecer o teatro. A reabertura traz esperança, embora ainda haja muito a ser feito para que ele recupere toda sua grandiosidade. É um lugar que precisa ser vivido por todos nós”, reflete.
A reabertura despertou memórias em quem já pisou naquele palco. Lívia Bennet, 44, não conteve a emoção. “Ver a Sala Martins Pena renascer depois de 10 anos é indescritível. Eu mesma já me apresentei aqui, e agora vejo a dança encerrando esse ciclo de forma tão especial. Que o Teatro Nacional volte a ser o coração cultural de Brasília!”, declarou, esperançosa de que a Sala Villa-Lobos seja a próxima a renascer.
Raíssa Alvim, 31, afirma que o momento traz nostalgia e pertencimento cultural . “Cresci neste teatro. Ele não é apenas um espaço físico, mas parte da identidade de Brasília. Precisamos de mais movimentos assim para que a cidade alcance o protagonismo cultural que merece, ao lado de grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro”, afirma com entusiasmo.
- Teatro Nacional: população celebra a reabertura do principal equipamento cultural de Brasília
- Sala Martins Pena do Teatro Nacional ganha reestreia em grande estilo
- O Teatro Nacional e o reencontro com a alma cultural de Brasília
Um legado
A Sala Martins Pena, inaugurada em 1966 como o primeiro espaço do Teatro Nacional Claudio Santoro, é novamente pioneira na obra da revitalização. As obras de modernização, iniciadas em dezembro de 2022, respeitaram as diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), preservando as características históricas e assegurando acessibilidade, segurança e modernidade, segundo o Governo do Distrito Federal.
A reinauguração da Sala Martins Pena, em 18 de dezembro, marcou apenas o início do plano de revitalização do Teatro Nacional. Com orçamento estimado em R$ 315,6 milhões, as próximas etapas incluirão a restauração do foyer da Sala Villa-Lobos, o Espaço Cultural Dercy Gonçalves e a Sala Alberto Nepomuceno.
A Novacap já iniciou o processo de seleção para as empresas responsáveis pela continuidade das obras, com avaliação prevista para fevereiro de 2025. Mais informações estão disponíveis no site oficial da Novacap.
Saiba Mais