O Governo do Paraná está trabalhando em um acordo de parceria com a Rússia para desenvolvimento da vacina anunciada pelo presidente Vladimir Putin, nesta terça-feira (11/8). Uma reunião técnica para avançar nas negociações está marcada para esta quarta-feira (12/8). Apesar da expectativa que o acordo seja concluído, esse acordo ainda não está fechado e a assinatura é incerta.
A conversa com o país sobre a possível participação já está ocorrendo há cerca de 20 dias. De acordo com a assessoria de imprensa do estado, na reunião, devem estar presentes um representante político do estado, como a Casa Civil, o diretor do Instituto Técnico do Paraná, por parte do estado. Representando a Rússia, deverá estar o embaixador no país, Sergey Akopov, e equipe.
O acordo ainda não está fechado e, para quarta-feira, a expectativa é que se definam os requisitos técnicos científicos. As duas partes, governos do Paraná e Rússia, irão discutir e delimitar os termos a serem seguidos. De acordo com a assessoria, isso inclui respeitar as normas brasileiras e ter a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Vacina russa
Nesta terça-feira (11/8), o presidente Vladimir Putin anunciou, durante uma videoconferência, que o país desenvolveu a primeira vacina contra a covid-19. Segundo Putin informou na reunião, a vacina teria imunidade duradoura. "Esta manhã, pela primeira vez no mundo, foi registrada uma vacina contra o novo coronavírus", disse Putin. "Sei que é bastante eficaz, que dá uma imunidade duradoura", afirmou.
"Uma das minhas filhas tomou essa vacina. Acho que ela participou nos experimentos", disse Putin, segundo a agência Interfax. O presidente teria informado que a filha teve apenas febre após tomar a vacina experimental. Nas últimas semanas, cientistas têm se preocupado com a rapidez que essa vacina está sendo criada.
Ressalva
A novidade, no entanto, não é comemorada com unanimidade pela comunidade científica, que recebe com ressalva a vacina por ter pulado diversas etapas no desenvolvimento. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) não enquadra a imunização russa no rol das líderes reconhecidas pela entidade.
Atualmente, há 120 vacinas em desenvolvimento no mundo, segundo a OMS, sendo que seis delas estão entre as mais avançadas. A aposta principal continua sendo a de Oxford. Além dela, há três chinesas, uma norte-americana e a BioNTech/Pfizer, parceria entre a farmacêutica multinacional com sede nos EUA com a alemã.
Destas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval a quatro e, com isso, o país pode participar das fases de testes, além de tentar parcerias para negociar disponibilização de doses quando aprovadas.
O Correio aguarda resposta do Ministério da Saúde para saber se a pasta está ciente das tratativas a níveis estaduais e se há interesse nas negociações pelo governo federal.
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