ESPAÇO

Câmera mais potente do mundo é inaugurada e primeira foto é... um brócolis

Vegetal é escolhido para ilustrar a primeira fotografia com resolução de 3.200 megapixels. E há um motivo científico para isso; entenda

Humberto Rezende
postado em 10/09/2020 18:32 / atualizado em 10/09/2020 18:48
 (crédito: LSST Camera Team/SLAC/VRO/Carnegie Institution)
(crédito: LSST Camera Team/SLAC/VRO/Carnegie Institution)

Você tem nas mãos a câmera mais potente do mundo, a única capaz de produzir uma foto com 3.200 megapixels de resolução. O que fotografa? Enquanto você pensa, vamos lhe contar o que os cientistas que trabalham no observatório espacial Rubin, no Chile, decidiram retratar na estreia da Câmera LSST: um brócolis. Bem, na verdade, um vegetal parente do brócolis, o menos conhecido romanesco.

Exatamente. Eles não voltaram a câmera para o céu estrelado, como era de se esperar de um time de astrônomos. Preferiam fotografar um romanesco. E, sim, há uma explicação para essa escolha. "O time da Câmera LSST escolheu cuidadosamente os objetos para a primeira sequência de imagens. Uma delas é a cabeça de um romanesco, um vegetal muito próximo do brócolis e selecionado por sua estrutura muito detalhada", explica um texto publicado no site do observatório.

A estrutura do romanesco é a de um fractal, uma estrutura geométrica cujas propriedades repetem-se em qualquer escala. Ou seja, mostrar-se capaz de reproduzir em altíssima resolução esse intrincado conjunto de bulbos era um teste perfeito para a câmera, que será utilizada para vasculhar o Universo. A LSST passou no teste, produzindo a imagem que você abaixo (infelizmente, em uma resolução menor que a disponível para os cientistas).

Vegetal romanesco, parente do brócolis, fotografado pela LSST, maior câmera digital do mundo
Vegetal romanesco, parente do brócolis, fotografado pela LSST, maior câmera digital do mundo (foto: LSST Camera Team/SLAC/VRO/Carnegie Institution)

Para marcar a estreia, também foram feitas imagens da gravura de Flammarion, uma ilustração talhada em madeira de artista desconhecido e descrita pela primeira vez pelo astrônomo francês do século 19 Camille Flammarion; de uma foto da astrônoma norte-americana Vera Rubin, falecida em 2016 e que dá nome ao observatório; e do time de pesquisadores que compõem o projeto.

A Câmera LSST

O Observatório Rubin está localizado no Chile, mas integra o Centro de Aceleração Linear da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. A Câmera LSST (Legacy Survey of Space and Time) é a maior câmera digital do mundo. Ela mede 1,65m x 3m e pesa 2.800kg. Sozinha, é capaz de enquadrar um pedaço do céu do tamanho de 40 luas cheias, o que a permitirá observar todo o céu do Hemisfério Sul a cada semana.

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