Proteção

Pesquisas indicam que usar mais de uma máscara pode prevenir contra variantes da covid-19

Objetivo é que o usuário use as proteções de forma adequada e confortável, sem que seja gerado a sensação de falta de ar

Jonatas Martins*
postado em 23/06/2021 18:14
 (crédito: REUTERS/Umit Bektas)
(crédito: REUTERS/Umit Bektas)

Unir máscaras de tecido com as cirúrgicas pode ser uma forma de proteção ainda mais eficaz contra a covid-19 e suas variantes. Diversas iniciativas estão sendo feitas para analisar os benefícios dessa forma de proteção. Uma delas é a Cloth Masks, que reúne uma equipe de cientistas e voluntários de diversas universidades do mundo para compartilhar dados sobre o uso de máscaras.

De acordo com o site do projeto, o mascaramento duplo pode ser útil para aumentar a filtração e reduzir a capacidade de contaminação. É importante estar atento à respirabilidade, que será afetada pelas máscaras. O objetivo é que o usuário use a proteção de forma adequada e confortável, sem que seja gerado a sensação de falta de ar. Além disso, a recomendação é usar pelo menos uma máscara cirúrgica por baixo da segunda camada.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as máscaras de tecido comum “não possuem um elemento filtrante, mas a sua utilização é uma importante medida de saúde pública que as pessoas devem adotar no combate à covid-19, além do distanciamento social e da limpeza frequente das mãos”.

Outro estudo divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, também indica a eficiência do duplo mascaramento. Os pesquisadores avaliaram diferentes condições possíveis: uma máscara cirúrgica, uma máscara cirúrgica com uma de tecido por cima e uma máscara cirúrgica com nó e ajuste na lateral.

A combinação da máscara cirúrgica com a de tecido por cima promoveu um bloqueio, no cenário do experimento, de 92,5% das partículas emitidas em uma tosse simulada, com partículas emitidas de 0,1 a 7 mícrons. Sozinhas e sem nós, cada uma delas impediu pouco mais de 40%. Neste caso, foi testada a retenção das partículas emitidas durante a tosse.

Também avaliaram condições de proteção entre duas pessoas. Os cenários com maior eficácia foram aqueles em que ambos usavam máscara dupla ou máscara cirúrgica com nós e ajuste na lateral. Nesses casos, a exposição do receptor foi reduzida em cerca de 95%.

Proteção de cada máscara

Um estudo brasileiro testou mais de 200 modelos de máscaras vendidos no país para avaliar o grau de proteção contra a covid-19. Os dispositivos profissionais são os mais eficazes, com retenção de partículas expelidas no ar superior a 90%. Mas até os mais simples, como os de tecido, têm um grau de proteção, que pode ser incrementado com a adoção de outras medidas preventivas. Os dados foram apresentados na última edição da revista especializada Aerosol Science and Technology.

Os resultados mostraram que as cirúrgicas junto com as dos modelos PFF2 e N95 podem filtrar entre 90% a 98% das partículas. As máscaras de tecido não tecido (TNT) ou polipropileno têm eficiência de 80% a 90%. Em último lugar, estão as feitas de algodão comum, lycra ou microfibra com uma filtragem de 40% em média (de 15% a 70%).


 

*Estagiário sob supervisão de Lorena Pacheco 

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