Astronomia

Observatório Europeu divulga novas fotos da Nebulosa da Chama

Localizada na região de Órion, uma das mais famosas entre observadores do céu, a ‘fogueira’ cósmica se exibe ao lado da Nebulosa Cabeça de Cavalo

Jéssica Gotlib
postado em 06/01/2022 14:36
Os três objetos fazem parte da nuvem de Órion, uma estrutura gigante de gás situada a uma distância da Terra que varia entre 1300 e 1600 anos-luz. Crédito: ESO/Th. Stanke  -  (crédito:  ESO/Th. Stanke & ESO/J. Emerson/)
Os três objetos fazem parte da nuvem de Órion, uma estrutura gigante de gás situada a uma distância da Terra que varia entre 1300 e 1600 anos-luz. Crédito: ESO/Th. Stanke - (crédito: ESO/Th. Stanke & ESO/J. Emerson/)

Responsáveis pelas imagens coloridas e chamativas que recebemos dos telescópios, as nuvens de poeira cósmica, chamadas de nebulosas, seguem dando um show à parte no céu deste janeiro de 2022. Dessa vez, foi a Nebulosa da Chama que chamou a atenção dos astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla original). Localizada na região de Orion, ela é conhecida como ‘fogueira do céu’ pela semelhança entre suas emissões e as chamas de uma lareira.

Nestas novas imagens, o fogo (que corresponde à mancha dourada à esquerda da foto) é encarado por outro elemento cósmico famoso: A Nebulosa Cabeça de Cavalo. As duas estão localizadas na região mais observada por astrônomos de todo o mundo, e também a responsável pela maior parte das informações que temos sobre o universo.

“Como os astrônomos gostam de dizer, sempre que houver um novo telescópio ou instrumento por perto, fique de olho no Orion: sempre haverá algo novo e interessante para descobrir!”, disse o ex-astrônomo do ESO Thomas Stank em um comunicado enviado à imprensa. Embora as fotos tenham sido feitas há anos, só agora elas foram aceitas para publicação em na revista científica Journal of Astronomy and Astrophysics.

  • Esta imagem mostra a Nebulosa da Chama e seus arredores capturada no rádio. A imagem é baseada em observações conduzidas com o instrumento SuperCam montado no APEX (Atacama Pathfinder Experiment), situado no planalto do Chajnantor no Chile e operado pelo ESO.
   Crédito:
ESO/Th. Stanke
    Esta imagem mostra a Nebulosa da Chama e seus arredores capturada no rádio. A imagem é baseada em observações conduzidas com o instrumento SuperCam montado no APEX (Atacama Pathfinder Experiment), situado no planalto do Chajnantor no Chile e operado pelo ESO. Crédito: ESO/Th. Stanke ESO/Th. Stanke
  • A Nebulosa da Chama, capturada em ondas rádio nesta imagem, é a estrutura grande situada do lado esquerdo no retângulo central amarelo. A estrutura menor à direita é a nebulosa de reflexão NGC 2023. Em cima e à direita da NGC 2023, temos a icônica Nebulosa Cabeça de Cavalo que parece emergir heroicamente das 'chamas'. Os três objetos fazem parte da nuvem de Órion, uma estrutura gigante de gás situada a uma distância da Terra que varia entre 1300 e 1600 anos-luz.
Crédito:
ESO/Th. Stanke & ESO/Digitized Sky Survey 2. Acknowledgement: Davide De Martin
    A Nebulosa da Chama, capturada em ondas rádio nesta imagem, é a estrutura grande situada do lado esquerdo no retângulo central amarelo. A estrutura menor à direita é a nebulosa de reflexão NGC 2023. Em cima e à direita da NGC 2023, temos a icônica Nebulosa Cabeça de Cavalo que parece emergir heroicamente das "chamas". Crédito: ESO/Th. Stanke ESO/Th. Stanke & ESO/Digitized S
  • A Nebulosa da Chama é a estrutura grande situada do lado esquerdo no retângulo central amarelo. A estrutura menor à direita é a nebulosa de reflexão NGC 2023. Em cima e à direita da NGC 2023, temos a icônica Nebulosa Cabeça de Cavalo que parece emergir heroicamente das "chamas". Os três objetos fazem parte da nuvem de Órion, uma estrutura gigante de gás situada a uma distância da Terra que varia entre 1300 e 1600 anos-luz.
A Nebulosa da Chama é a estrutura grande situada do lado esquerdo no retângulo central amarelo. A estrutura menor à direita é a nebulosa de reflexão NGC 2023. Em cima e à direita da NGC 2023, temos a icônica Nebulosa Cabeça de Cavalo que parece emergir heroicamente das "chamas". Os três objetos fazem parte da nuvem de Órion, uma estrutura gigante de gás situada a uma distância da Terra que varia entre 1300 e 1600 anos-luz.

As diferentes cores indicam a velocidade do gás. A Nebulosa da Chama e seus arredores estão se afastando de nós, com as nuvens vermelhas no fundo recuando mais rápido do que as amarelas no primeiro plano.

A imagem no retângulo é baseada em observações conduzidas com o instrumento SuperCam montado no APEX (Atacama Pathfinder Experiment), situado no planalto do Chajnantor no Chile e operado pelo ESO. A imagem de fundo foi obtida no infravermelho com o telescópio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy) do ESO no Observatório do Paranal no Chile.

Crédito:
ESO/Th. Stanke & ESO/J. Emerson/VISTA. Acknowledgment: Cambridge Astronomical Survey Unit
    Os três objetos fazem parte da nuvem de Órion, uma estrutura gigante de gás situada a uma distância da Terra que varia entre 1300 e 1600 anos-luz. Crédito: ESO/Th. Stanke ESO/Th. Stanke & ESO/J. Emerson/

No aglomerado de eventos estelares, a equipe acabou descobrindo uma nova formação, que batizaram de Nebulosa da Vaca. Para observar esses fenômenos, é preciso combinar diferentes tecnologias, mas, em especial, as ondas de rádio. São elas que fazem uma varredura nos elementos químicos presentes na poeira das estrelas e contam aos cientistas que tipo de material está presentem em galáxias tão distantes da Terra.

No caso da Nebulosa da Chama, por exemplo, sabemos que, apesar do nome, nada está queimando. O ‘fogo’ é uma impressão causada pelo grande grupo de estrelas jovens que ela abriga em seu interior e que emitem uma radiação de energia muito alta, fazendo com que os gases do entorno brilhem. Os astrônomos também sabem que elas estão se afastando do sistema solar, o que pode ser um importante indício de suporte a outras teorias.

 

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