SAÚDE

No dia de combate ao fumo, especialista alerta sobre os riscos do cigarro

Nesta segunda-feira (29/8) é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. De acordo com a OMS, o tabagismo é um problema de saúde pública mundial

Aline Gouveia
postado em 29/08/2022 19:01 / atualizado em 29/08/2022 19:01
 (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O uso de cigarro pode acarretar diversos riscos à saúde. Entre os problemas provocados ou agravados pelo fumo, estão as doenças respiratórias, cardiovasculares e cânceres. Sendo assim, com o intuito de conscientizar acerca dos impactos do hábito, nesta segunda-feira (29/8) é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi criada por meio da Lei Nº 7.488, de 1986.

Estima-se que aproximadamente 200 mil brasileiros morrem anualmente em decorrência do hábito de fumar. No cenário mundial, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam cerca de 8 milhões de mortes por ano causadas pelo consumo de tabaco. 

Além do uso direto, as pessoas que convivem com fumantes em espaços fechados também estão expostas ao riscos decorrentes do consumo, são os chamados fumantes passivos. “Esses indivíduos também podem apresentar uma piora nas doenças maculares, com aumento do risco de infartos retinianos, tromboses, além do agravamento da retinopatia diabética e hipertensiva", explica o médico Renato Braz Dias, do grupo Opty.

Tabagismo também afeta a saúde ocular

Renato, especialista em retina e vítreo, explica, ainda, que o uso de cigarros também pode afetar a saúde ocular. De acordo com ele, fumar aumenta de duas a três vezes o risco de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), possibilitando a perda progressiva da visão central. "A degeneração macular nos fumantes está ligada à exposição ao tabaco. Quanto maior o número de cigarros fumados, maior o dano à visão", afirma.

Além da degeneração macular, o hábito de fumar também pode estar associado a outras doenças relacionadas a visão, como glaucoma e catarata. “Essas condições decorrem de danos causados às estruturas internas do olho, como a retina, o nervo óptico e o cristalino. O tabaco também piora quadros de alergias e aumenta as chances dos não-fumantes de sofrer de síndrome do olho seco e ainda causa desconforto para quem usa lentes de contato”, ressalta o médico.

Ainda nesse sentido, o especialista cita um estudo desenvolvido por pesquisadores japoneses na Universidade Farmacêutica Gifu. Na pesquisa, foi observado que a fumaça produzida pelo cigarro gera acúmulo de ferro que mata as células epiteliais da córnea. “A fumaça dos cigarros fere o epitélio, que é a camada mais superficial, capaz de se regenerar, por isso os danos não são permanentes. Entretanto, se exposição for contínua, pode provocar uma lesão na córnea e levar a problemas mais graves”, explica o dr. Renato.

Cigarros eletrônicos

No Distrito Federal, cerca de 31% de adolescente entre 13 a 17 anos já usaram cigarro eletrônico. O índice coloca o DF como líder no ranking nacional, proporcionalmente. “Já foi demonstrado que o uso desses dispositivos eletrônicos está diretamente relacionado ao aumento do risco de levar os jovens ao tabagismo, a potencial de dependência e diversos danos à saúde, incluindo a saúde ocular. Porém é bom lembrar que o desenvolvimento das doenças oculares depende de outras variáveis, como a herança genética. O tabaco é um fator de risco que pode ser eliminado, beneficiando a melhora da saúde em geral", alerta o especialista.

Benefícios em parar de fumar

De acordo com a OMS, parar de fumar traz benefícios imediatos e de longo prazo. Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue cai para o normal. De 2 a 12 semanas, há melhora na circulação sanguínea e função pulmonar. Entre 1 e 9 meses, a tosse e falta de ar diminuem. Em 10 anos, o risco de câncer de pulmão cai para metade em relação a um fumante.

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