ESPAÇO

Diamantes encontrados na Terra vieram do espaço e podem ser replicados

A afirmação é de um grupo de cientistas da Monash University, que analisaram meteoritos que invadiram a Terra em 2008 recheados de diamantes

O diamante do tipo mais duro já encontrado na Terra foi formado fora do planeta. A pedra extraterrestre, batizada como lonsdaleíta, chegou em solo terrestre em um meteorito que surgiu após a colisão de um planeta pequeno com um grande asteroide no Sistema Solar, há cerca de 4,5 bilhões de anos.

A afirmação é de um grupo de cientistas liderado pelo professor Andy Tomkins — ARC Future Fellow da Escola de Terra, Atmosfera e Meio Ambiente da Universidade Monash — que analisaram meteoritos que invadiram a Terra em 2008 recheados de pedras mais duras que o diamante, só que com uma forma geométrica diferente — diferente do diamante regular, a lonsdaleíta tem um raro desenho hexagonal.

Até então, desde a descoberta dos meteoritos, os cientistas achavam que o diamante se formou com o impacto da rocha com a atmosfera da Terra. O grupo de cientistas, no entanto, desconfiaram que o impacto não seria suficiente para criar um poderoso diamante e começaram a analisar as condições da pedra.

Para a análise, a equipe usou técnicas de microscopia eletrônica para capturar fatias sólidas e intactas dos meteoritos para mapear a formação do diamante. Em seguida, os pesquisadores reuniram os dados de velocidade média de asteroides com o processo químico que ocorreria com a colisão a partir das características de cada um dos dois objetos espaciais: o planeta e o asteroide.

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“Há fortes evidências de que há um processo de formação para a lonsdaleita e o diamante regular ocorre a partir do processo de deposição de vapor químico supercrítico, que ocorreu nessas rochas espaciais, provavelmente no planeta anão logo após uma colisão catastrófica”, disse Dougal McCulloch, outro pesquisador sênior do estudo.

Segundo os pesquisadores, o processo ocorre a partir da reação entre grafite e fluídos do grupo químico CHO — carbono, oxigênio e hidrogênio — promovida por uma alta temperatura.

“Mais tarde, a lonsdaleita foi parcialmente substituída por diamante à medida que o ambiente esfriou e a pressão diminuiu”, disse Tomkins.

Os testes para analisar se o processo suposto estava correto ocorreu em laboratório e, com o processo artificial, os pesquisadores conseguiram os maiores cristais de lonsdaleita conhecidos até hoje, “muito mais fino que um fio de cabelo humano”.

“Este estudo prova categoricamente que a lonsdaleita existe na natureza, ou seja, pode ser produzido aqui também na terra”, diz McCulloch. “A natureza nos forneceu, assim, um processo para tentar replicar na indústria. Achamos que a lonsdaleite poderia ser usada para fazer peças de máquinas minúsculas e ultra-duras se pudermos desenvolver um processo industrial que promova a substituição de peças de grafite pré-moldadas por lonsdaleite”, acrescentou

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