Doenças

Osteoporose pode ser sinal de doenças genéticas mais graves

Mais de 10 milhões de pessoas no Brasil sofrem com a osteoporose que, em muitos casos, só é descoberta tardiamente, após a ocorrência de fraturas

Estado de Minas
postado em 20/10/2022 12:30 / atualizado em 20/10/2022 12:41
 (crédito: Karolina Grabowska/Pexels)
(crédito: Karolina Grabowska/Pexels)

Doenças genéticas como a síndrome de Marfan, hemocromatose, leucemias, espondilite anquilosante e osteogênese imperfeita, entre outros desequilíbrios, podem acarretar a osteoporose secundária, um dos tipos de osteoporose. Em muitos casos, no entanto, essas condições clínicas só são identificadas ou confirmadas após o paciente apresentar sintomas já avançados do problema. O assunto vem à pauta nesta quinta-feira (20/10), quando é lembrado o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose.

"O tratamento sem acompanhamento médico e sem a realização de exames genéticos para identificar a doença pré-existente pode ser ineficiente", afirma a assessora em Genética e Genômica do Laboratório Lustosa, Fernanda Soardi. Ela reforça que conhecer a doença inicial, que dá origem à osteoporose secundária, favorece em muitos casos identificar causas tratáveis de perda óssea.

Além de doenças de origem genética, a especialista destaca que outras diferentes condições clínicas e consumo de determinados medicamentos de uso contínuo, como os corticoides, por exemplo, podem ser causadores da forma secundária de osteoporose, o que também precisa ser avaliado pelo médico, para direcionar o tratamento mais adequado.

Osteoporose

Atualmente, mais de 10 milhões de pessoas, no Brasil, sofrem com a osteoporose, segundo estimativas da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso). O tipo mais comum é a osteoporose primária.

Os ossos são constituídos por um tecido que é constantemente formado e reabsorvido. Quando o equilíbrio entre formação e reabsorção é perturbado, como, por exemplo, em distúrbios hormonais ou deficiências dietéticas, os ossos podem perder parte dos minerais que contribuem para sua densidade e resistência.

Geralmente silenciosa e só descoberta em estágios mais avançados, a osteoporose é uma doença ósteo-metabólica caracterizada por perda significativa de massa óssea, que pode aumentar o risco de fraturas, causar dores crônicas, dificultar a locomoção e consequentemente afetar a qualidade de vida da pessoa com a condição.

"São diversos os fatores que influenciam isoladamente ou em conjunto para o surgimento da osteoporose, entre eles a predisposição genética, a idade avançada, as alterações hormonais, a baixa ingestão e absorção de cálcio e vitamina D, o sedentarismo, o tabagismo, o etilismo, entre outros", explica Fernanda Soardi.

A osteoporose, continua a especialista, é mais frequente em homens com mais de 70 anos e em mulheres acima de 65 anos. "Contudo, pode ser observada em indivíduos de faixas etárias distintas, a depender do tipo da condição clínica", observa.

De acordo com Fernanda Soardi, independente da causa, a osteoporose deve ser investigada. "Exames radiológicos e exames laboratoriais iniciais podem ser realizados, como as dosagens de cálcio total e iônico, fósforo, vitamina D, hormônios da tireoide, paratormônio, creatinina, eletroforese de proteínas séricas e fosfatase alcalina total. Para avaliação do processo de reabsorção óssea pode ser indicada a dosagem do telopeptídeo C", orienta.

Exames adicionais devem ser realizados caso haja suspeita ou se os exames laboratoriais prévios sugerirem a possibilidade de uma causa secundária. "A osteoporose, primária ou secundária, pode ser uma condição clínica silenciosa. Fraturas e quedas podem levar a dependência física ou levar ao óbito, e por isso devemos nos manter em alerta o tempo todo", conclui.

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