Pesquisa

Campo magnético da Terra pode ajudar a datar eventos bíblicos

Campo magnético terrestre tem leves variações ao longo dos anos que podem indicar quando aconteceu um incêndio de grandes proporções, por exemplo

Thays Martins
postado em 25/10/2022 16:29 / atualizado em 25/10/2022 16:29
De acordo com o estudo, escavações arqueológicas conseguiram descobrir locais que foram destruídos e que se encaixam em relatos narrados na 'Bíblia' -  (crédito: Yoav Vaknin)
De acordo com o estudo, escavações arqueológicas conseguiram descobrir locais que foram destruídos e que se encaixam em relatos narrados na 'Bíblia' - (crédito: Yoav Vaknin)

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv e da Universidade Hebraica acreditam que irão conseguir datar com precisão a data de destruição de cidades e com isso comparar com relatos bíblicos usando os cálculos das mudanças breves na força do campo magnético da Terra. Para isso, os pesquisadores examinam minerais magnéticos que, ao serem aquecidos ou queimados, registram o campo magnético no momento do incêndio.

De acordo com o estudo, escavações arqueológicas conseguiram descobrir locais que foram destruídos e que se encaixam em relatos narrados na Bíblia. "Como temos um banco de dados muito grande, podemos comparar muitos locais diferentes de acordo com o sinal magnético e, assim, chegar a um método de datação muito preciso", explicou Yoav Vaknin, do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv, à Reuters. 

Um dos exemplos é a cidade de Gate, que na Bíblia é descrita como sendo destruída por Hazael, o rei arameu de Damasco. Os arqueólogos acreditam que o sítio Tell es-Safi, no que hoje é o centro de Israel, são os restos de Gate, e foi queimado por volta de 830 A.C.

A pesquisa não tem como saber se Hazael realmente foi responsável pela destruição. No entanto, segundo os autores, o campo magnético de Tell es-Safi é compatível com os relatos bíblicos. O trabalho também apoia a teoria de que partes do reino de Judá sobreviveram depois que os babilônios destruíram Jerusalém.

Alguns pesquisadores argumentam que os babilônios destruíram completamente Judá. Porém, o método usado pelos cientistas mostrou que enquanto Jerusalém e as cidades fronteiriças no sopé da Judéia não existiam mais, outras cidades no Negev, nas montanhas do sul da Judéia e no sopé do sul da Judéia permaneceram virtualmente inalteradas. Essas cidades caíram décadas depois. Segundo os autores, os responsáveis pela destruição delas foram os edomitas, e não os babilônios.

Comprovação de eventos bíblicos 

Um outro estudo acredita ter descoberto a localização da cidade bíblica de Sodoma e a possível causa de sua ruína: a queda de um asteroide. Em 2005, arqueólogos descobriram uma camada de 1,5m de espessura de destroços, formada por materiais submetidos a um intenso calor em Tall el-Hammam, na Jordânia. Os pesquisadores apontam que o relato bíblico da destruição da cidade é consistente com as evidências encontradas na Jordânia.

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