Exploração Espacial

James Webb: Nasa registra detalhes do aglomerado de Pandora; veja

Poderoso telescópio da Nasa identificou imagens profundas nunca vistas do aglomerado

Camilla Germano
postado em 15/02/2023 15:07
 (crédito: NASA, ESA, CSA, I. Labbe (Swinburne University of Technology) e R. Bezanson (Universidade de Pittsburgh). Processamento de imagem: Alyssa Pagan (STScI))
(crédito: NASA, ESA, CSA, I. Labbe (Swinburne University of Technology) e R. Bezanson (Universidade de Pittsburgh). Processamento de imagem: Alyssa Pagan (STScI))

Em mais um feito inédito do Telescópio James Webb, a Agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) revelou imagens profundas nunca antes vistos do aglomerado de Pandora. Pelo telescópio, foi possível identificar três aglomerados de galáxias, que estavam se unindo para formar um megaaglomerado.

De acordo com a Nasa, a massa combinada dos aglomerados de galáxias cria uma poderosa lente gravitacional — "um efeito de ampliação natural da gravidade que possibilita que as galáxias muito mais distantes no início do universo sejam observadas usando o aglomerado como uma lupa", explicou a agência em comunicado.

“Quando as imagens do aglomerado de Pandora chegaram pela primeira vez do Webb, ficamos honestamente impressionados”, afirma a a astrônoma Rachel Bezanson, da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, co-investigadora principal do programa Ultradeep NIRSpec and NIRCam Observations before the Epoch of Reionization (UNCOVER, na sigla em inglês) para estudar a região no espaço. “Haviam tantos detalhes no aglomerado em primeiro plano e tantas galáxias distantes com lentes que me perdi na imagem, o Webb superou nossas expectativas", pontuou a astrônoma.

Além disso, as lentes gravitacionais distorcem a aparência de galáxias distantes, então elas parecem muito diferentes daquelas em primeiro plano. Essa "lente" do aglomerado de galáxias é muito grande e por isso consegue distorcer o próprio tecido do espaço, de forma suficiente para que a luz de galáxias distantes, que passa por esse espaço distorcido, também assuma uma aparência distorcida.

"O Aglomerado de Pandora, conforme fotografado por Webb, nos mostra uma lente mais forte, mais ampla, mais profunda e melhor do que jamais vimos antes. Minha primeira reação à imagem foi que ela era tão bonita que parecia uma simulação de formação de galáxias. Tivemos que nos lembrar de que eram dados reais e que agora estamos trabalhando em uma nova era da astronomia", defende o astrônomo Ivo Labbe da Swinburne University of Technology em Melbourne, Austrália, que também participou da investigação no programa UNCOVER.

Vale lembrar que o Aglomerado de Pandora também já havia sido observado uma outra vez, só que pelo Telescópio Hubble em 2011.

As imagens captadas mostravam um aglomerado gigante de galáxias, ao qual os astrônomos acreditavam ser resultado de "um empilhamento simultâneo de pelo menos quatro aglomerados de galáxias menores e separados", afirmou a Nasa em comunicado na época.

Os indícios eram que esse acidente mencionado tenha ocorrido ao longo de um período de 350 milhões de anos.

A grande diferença entre as análises do Hubble e do James Webb é que no Hubble os astrônomos conseguiram apenas imagens do núcleo central de Pandora, enquanto no James Webb a análise foi mais profunda. "Ao combinar os poderosos instrumentos infravermelhos do Webb com uma ampla visão em mosaico das múltiplas áreas de lente da região", explicou a Nasa.

Compare as duas imagens coletadas:

  • Imagens do Telescópio Hubble do Aglomerado de Pandora, divulgadas em 22 de junho de 2011 Hubble Space Telescope/European Southern Observatory’s Very Large Telescope/Japanese Subaru telescope/ Chandra X-ray Observatory da Nasa/Reprodução
  • Imagens do Telescópio Espacial James Webb da NASA do Aglomerado de Pandora, divulgadas em 15 de fevereiro de 2023 NASA, ESA, CSA, I. Labbe (Swinburne University of Technology) e R. Bezanson (Universidade de Pittsburgh). Processamento de imagem: Alyssa Pagan (STScI)

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