Dor no corpo

Dor ao mascar chiclete? Especialista explica o porquê

A dor orofacial acomete as regiões da face, pescoço, boca ou mandíbula e surge por diferentes causas

Estado de Minas
postado em 19/04/2023 19:30
 (crédito: Robin Higgins/Pixabay )
(crédito: Robin Higgins/Pixabay )

Sabe aquela dor perto do ouvido que apareceu, sem nenhum motivo, ao mascar chiclete? Ou então aquele estalo na mandíbula ao roer as unhas? Eles podem ser um sinal de alerta para problemas mais graves.

A dor orofacial acomete as regiões da face, pescoço, boca ou mandíbula e surge por diferentes causas, como explica Ullyanov Toscano, médico especialista em cabeça e pescoço: "Seja qual for a localização, o desconforto pode surgir por doenças como artrite reumatoide, artrose, fibromialgia, doenças autoimunes, como lúpus, psoríase, vitiligo e esclerose múltipla, tumores, trauma, doenças degenerativas, estresse emocional, apertamento constante dos dentes quando acordado, bruxismo do sono e hábitos prejudiciais, como mascar chicletes e roer unhas", alerta o especialista.

Os incômodos mais comuns costumam aparecer à frente do ouvido ao mastigar ou falar, além daquela sensação de zumbido ou de que o mesmo esteja tampado; nas têmporas e no fundo dos olhos; e nas bochechas ao ingerir alimentos. O problema atinge entre 40% e 75% da população, segundo dados da Academia Americana de Dor Orofacial (AAOP).

Dificuldade de diagnóstico

No entanto, um dos maiores transtornos enfrentados por pacientes que sofrem com o mal é a dificuldade de encontrar um diagnóstico preciso: "Ele pode ser confundido com dor de ouvido, enxaqueca, neuralgia do trigêmeo, dores de dente em geral e até mesmo de garganta ou na cervical. Por isso, é importante procurar um especialista para que os exames de imagens e testes físicos sejam realizados, a fim de determinar o diagnóstico e um tratamento efetivo”, esclarece Toscano.

Segundo o médico, a dor orofacial é mais comum de aparecer em mulheres, com faixa etária entre 35 e 50 anos.

“Pessoas que dormem pouco, que têm alterações hormonais, que tenham problemas na coluna cervical, no ouvido ou que usam medicação controlada, entre outros, podem desenvolver isso mais facilmente do que outros pacientes”, esclarece Toscano.

Se você se encaixa no “time” dos estressados, ligue o sinal de alerta, já que o desconforto pode surgir daí: "O estresse e a ansiedade podem fazer com que você aperte ou fique rangendo seus dentes constantemente, sobrecarregando a musculatura mastigatória e a articulação da boca, o que pode desencadear dores nessas regiões ou à distância delas”, comenta o médico.

O tratamento

Após o diagnóstico, o tratamento pode ser prescrito com medicações, placa de mordida, fisioterapia, ultrassom, técnicas de manipulação manual intramuscular, exercícios de alongamento e relaxamento dos músculos e programas de recoordenação dos movimentos mandibulares, posturais e de respiração.

“Além disso, quando falamos dos casos cirúrgicos, podemos fazer procedimentos, como infiltração articular, cirurgias por vídeo, minimamente invasivas, ; cirurgias abertas e a substituição da articulação por próteses. Vale lembrar que as dores orofaciais, muitas vezes, necessitam de tratamento por múltiplos profissionais. Um especialista em reumatologia pode ser útil, um ortopedista e até mesmo um cirurgião de cabeça e pescoço serão cruciais ao diagnóstico”, finaliza Toscano.

 

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE