Corrida espacial

Missão espacial de empresa privada do Japão fracassa na chegada à Lua

A startup japonesa pretendia se tornar a primeira empresa particular a colocar um módulo de pouso na Lua

Correio Braziliense
postado em 26/04/2023 06:00
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

Os tempos não têm sido fáceis para empresas privadas que querem desvendar os mistérios que existem além da Terra. Cinco dias após a Starship, da estadunidense SpaceX, explodir no ar e causar sérios danos à base de lançamento, a japonesa Ispace perdeu o contato com uma sonda enviada à Lua poucos segundos antes do pouso previsto no satélite.

A startup japonesa pretendia se tornar a primeira empresa particular a colocar um módulo de pouso na Lua. A sonda, em órbita havia um mês, estava a cerca de 100km do satélite quando iniciou a operação automática que a levaria ao solo lunar, por volta das 16h40. No entanto, o contato com o equipamento foi perdido.

A equipe admitiu a falha após tentar recuperar a comunicação por mais de 20 minutos. "Devemos assumir que não conseguimos concluir o pouso na superfície lunar", disse Takeshi Hakamada, fundador e diretor-geral da Ispace. Ele garante que o time continuará tentando entender o que pode ter acontecido. "Nossos engenheiros vão continuar analisando a situação."

A sonda levava material de vários países, incluindo um 'rover' (veículo de exploração espacial) dos Emirados Árabes Unidos. Ela foi lançada em dezembro, da base americana de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), em um foguete SpaceX. No anúncio feito em vídeo, Hakamada afirmou, ainda, que a missão tem o objetivo de "liberar o potencial da Lua e transformá-la em um sistema econômico robusto e vibrante". Os planos são de acomodar uma população de mil pessoas, em 2040, no satélite, além de 10 mil visitantes anuais.

Explosão

O turismo espacial também faz parte dos planos da SpaceX, que conta com o superfoguete Starship para a empreitada. A ideia é, inicialmente, usá-lo para que astronautas possam pisar na Lua e em Marte. Porém, no primeiro teste de lançamento, na última quinta-feira, o foguete mais potente já construído explodiu em cerca de quatro minutos, a 29km de altitude. Apesar disso, Elon Musk, dono da empresa, considerou a operação um sucesso.

Neste ano, a sonda indiana Vikram — que, como a Ispace, também tentava aterrissar um equipamento na Lua — falhou. Em abril de 2019, um módulo da israelense SpaceIL caiu na superfície lunar. Até hoje, apenas Estados Unidos, Rússia e China conseguiram colocar um robô no satélite. Em todos os casos, as missões foram promovidas pelo governo, não por empresas particulares.

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