EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Sonda japonesa some do radar ao tentar pouso na Lua; veja últimas imagens

A espaçonave parou de enviar sinal para a equipe de controle da missão quando tentava alcançar o chão da Cratera Atlas, na região de Mare Frigoris (Mar de Frio), no satélite natural da Terra

Talita de Souza
postado em 25/04/2023 16:48 / atualizado em 25/04/2023 16:52
Imagem ilustrativa sobre como a sonda deveria pousar na Lua, o que acabou não ocorrendo -  (crédito: Reprodução/Ispace)
Imagem ilustrativa sobre como a sonda deveria pousar na Lua, o que acabou não ocorrendo - (crédito: Reprodução/Ispace)

Após quatro meses de viagem entre a Terra e a órbita da Lua, a sonda espacial japonesa Hakuto-R aparentemente falhou em aterrissar em solo lunar, objetivo da espaçonave criada pela empresa ispace. Com o pouso marcado para as 13h40 (horário de Brasília) desta terça-feira (25/4), a sonda parou de enviar sinal para a equipe de controle da missão quando tentava alcançar o chão da Cratera Atlas, na região de Mare Frigoris (Mar de Frio), no satélite.

"No momento, nosso Centro de Controle de Missão em Tóquio não foi capaz de confirmar o sucesso do lander. Temos que assumir que não conseguimos completar o pouso na superfície lunar", declarou Takeshi Hakamada, fundador e CEO da ispace durante a live promovida pela empresa para o pouso.

Takeshi afirmou, ainda, que a empresa vai continuar na tentativa de estabelecer contato com a sonda para determinar o que ocorreu entre as manobras de pouso e a aterrissagem em si. Apesar da fala, não é possível afirmar, ainda, que o pousou realmente falhou — a equipe ainda fará outras tentativas. Antes de parar de enviar sinais, Hakuto-R emitiu as últimas imagens, do solo da Lua. Veja: 

Se tiver pousado na Lua de maneira suave e controlada, o Hakuto-R será o primeiro de linha japonesa e o primeiro de uma empresa particular a explorar o satélite natural da Terra. No entanto, em caso de falha, a Lua continuará a ter como exploradores apenas os Estados Unidos, a União Soviética e a China — países que enviaram robôs que tiveram sucesso na missão de monitorar o solo lunar.

O Hakuto-R foi lançado ao espaço em dezembro de 2022, por meio de um foguete Falcon 9 SpaceX. Ela carregava dois robôs exploradores: o Sora-Q, desenvolvido pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, e Rashid, um explorador maior, de 10 quilos, que seria operado pela agência espacial dos Emirados Árabens.

A espaçonave circulou a lua por algumas vezes até chegar na órbita lunar, em 20 de março deste ano. O pouso, marcado para hoje, era composto de uma série de manobras que levaram cerca de uma hora para serem concluídas — da órbita até o solo da Lua são cerca de 100km.

Ao chegar na Cratera Atlas, na região de Mare Frigoris, o objeto parecia estar bem posicionado, com os "pés" bem direcionados ao chão, que sustentariam o pouso suave, necessário para a sobrevivência da máquina. No entanto, ao chegar no horário do pouso, Hakuto-R não emitiu sinal para o centro de controle.

10 anos de trabalho para nada? Empresa considera missão um sucesso

Apesar de uma falha quase confirmada, a ispace não considera a missão um fracasso. Para os cientistas, chegar até o momento do pouso é algo satisfatório para uma primeira tentativa de chegar à Lua. "Estamos muito orgulhosos. Já conseguimos muitas coisas durante esta Missão 1", disse Takeshi Hakamada.

Hakuto-R começou a ser construído em 2013, quando a empresa entrou em uma competição da Google, a Google Luna X Prize, destinada a incentivar empresas a pousar uma sonda robótica particular na lua pela primeira vez — o aporte financeiro era de US$ 20 milhões.

Apesar de não ter tido vencedor — a validade do prêmio era até 2018 —, a ispace continuou a desenvolver a espaçonave. Agora, a empresa pretende lançar a segunda e terceira missões de pouso no satélite em 2024 e 2025, respectivamente.

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