Exploração Espacial

James Webb detecta vapor de água em lua de Saturno que pode ter vida

A lua chamada de Encélado é uma das observadas por astrônomos porque tem indícios de que pode ter vidas extraterrestres

Correio Braziliense
postado em 26/05/2023 11:44
 (crédito: NASA/JPL-Caltech)
(crédito: NASA/JPL-Caltech)

O telescópio James Webb, da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), conseguiu identificar, em apenas 4,5 minutos de imagens, que a quantidade de vapor de água (também chamado de pluma de água) em uma das luas de Saturno é maior do que qualquer uma vista anteriormente. A descoberta surpreendeu os astrônomos porque o satélite já havia sido alvo de observações por suas condições.

A lua, conhecida como Encélado, é uma das que tem maior potencial, segundo os especialistas, porque é um dos poucos 'mundos oceânicos' do Sistema Solar e está entre os forte candidatos para possíveis vidas extraterrestres.

O 'oceano salgado' que fica sob a cobertura externa de gelo de Encélado é um possível refúgio para organismos vivos, que podem ser sustentados por energia química em fontes hidrotermais no fundo do oceano. Por isso, observar o satélite de Saturno é importante para os astrônomos.

Em 2005, a lua também já havia sido alvo de observações quando a espaçonave da Nasa Cassini descobriu partículas de gelo esguichando do oceano subterrâneo de Encélado através de rachaduras na superfície da lua. Na época, a Cassini voou muitas vezes pelas 'plumas de água' de Encélado, medindo grãos de gelo e produtos químicos amigáveis à vida, como metano, dióxido de carbono e amônia.

Entretanto, a nova descoberta do James Webb mostra que esse material está sendo pulverizado muito mais longe do que se pensava, inclusive indo muitas vezes mais fundo no espaço do que o tamanho do próprio Encélado.

O telescópio também analisou o espectro da luz solar refletida na lua de Saturno e encontrou evidências de muitos produtos químicos, incluindo água e possivelmente outros compostos que poderiam sugerir atividade geológica ou biológica no oceano lunar.

“Temos muito mais surpresas”, afirma Sara Faggi, astrônoma planetária do Goddard Space Flight Center da Nasa e também uma das autoras do estudo. As descobertas em Encélado foram reportadas no dia 18 de maio, na revista científica Nature.

Agora, os especialistas trabalham com a ideia de que as descobertas podem desencadear uma nova missão da Nasa para procurar sinais de vida em Encélado. Uma das ideias é a que a missão orbite a lua por por um ano e meio antes de pousar em seu pólo sul. Outra ideia discutida é a criação de uma cobra-robô autônoma que possa deslizar sob o gelo de Encélado para explorar seu oceano.

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