Órbita

Cientistas descobrem objeto celeste mais quente que o próprio sol

Trata-se de uma "protoestrela" anã marrom, que geralmente possui composição atmosférica semelhante à de Júpiter, mas são de 13 a 80 vezes maiores

Yasmin Rajab
postado em 28/06/2023 16:21
 (crédito: Freepik/Reprodução)
(crédito: Freepik/Reprodução)

Cientistas descobriram um novo tipo de "protoestrela" gasosa e brilhante, que está quebrando recordes de temperatura e se tornando mais quente que o próprio Sol. O objeto celeste, chamado WD0032-317B, é uma anã marrom, que geralmente possui composição atmosférica semelhante à de Júpiter, mas são de 13 a 80 vezes maiores. 

Segundo informações do site de notícias científicas Live Science, as anãs marrons geralmente queimam a cerca de 4.000 graus Fahrenheit (o equivalente a 2.200 graus Celsius). Já a maioria das estrelas atinge temperaturas aproximadas a 6.700ºF (ou 3.700ºC). 

O site cita um artigo publicado pela revista Nature Astronomy, em que os pesquisadores mediram a temperatura da superfície do corpo celeste e descobriram que sua temperatura era de 13.900ºF (ou 7.700ºC). Isso significa que o WD0032-317B é bem mais quente que a superfície do próprio Sol — segundo a Nasa, o Sol, que é uma estrela anã amarela com mais de 4 bilhões de anos, tem diâmetro de 1 milhão e 392 mil quilômetros e temperatura estimada em mais de 15 milhões de graus Celsius. 

Essa temperatura deveria ser impossível de ser atingida por uma anã marrom. Porém, os pesquisadores descobriram que o objeto recebe ajuda da estrela que orbita. O WD0032-317B está muito perto de seu sol, uma estrela anã branca ultra quente. A distância entre os dois objetos é tão pequena que o ano dura apenas de duas a três horas. 

Contudo, o WD0032-317B está apenas com um lado voltado para sua estrela, enquanto o outro está virado para longe. Por conta disso, a anã marrom é superaquecida apenas de um lado. Embora a temperatura do "lado diurno" chegue a 13.900ºF, o outro lado alcança temperaturas amenas, de 1.900ºF a 4.900ºF (ou 1.000ºC a 2.700ºC). 

Mas essas condições não durarão por muito tempo, pois, segundo o artigo, a anã marrom está sendo evaporada pela estrela hospedeira, à medida que suas moléculas continuam a se desintegrar. Dessa maneira, a pesquisa pode ajudar os cientistas a entender como estrelas quentes consomem lentamente suas companheiras. 


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