MUNDO ANIMAL

Conheça a Tarântula Dourada Persa: nova espécie de aracnídeo descoberta no Irã

A espécie foi descoberta justamente no Dia de Apreciação da Tarântula, celebrado em 8 de agosto

André Vinícius Pereira*
postado em 08/08/2023 20:19
Espécie recém-descrita de tarântula Chaetopelma persanium, comumente referida como Tarântula Dourada Persa -  (crédito: Reprodução/Kari Kaunisto)
Espécie recém-descrita de tarântula Chaetopelma persanium, comumente referida como Tarântula Dourada Persa - (crédito: Reprodução/Kari Kaunisto)

Neste dia de Apreciação da Tarântula, celebrado nesta terça-feira (8/8), uma espécie recém-descrita foi descoberta no noroeste do Irã. A Tarântula Dourada Persa (Chaetopelma persianum) possui os “cabelos dourados e lanosos", que os cientistas observaram e examinaram em um único espécime. As características eram tão únicas que era necessário que outros indivíduos fossem coletados e estudados fisicamente.

O artigo, de autoria do aracnólogo e taxonomista iraniano Alireza Zamani da Universidade de Turku, na Finlândia, e o colega canadense Rick C. West, foi publicado na revista científica de acesso aberto ZooKeys, revisada por pares, com observância do Tarantula Appreciation Day, celebrado na data de 8 de agosto.

Em 2019 a Palp Friction Tarantulas, uma loja de animais com sede nos Estados Unidos criou o Dia Nacional de Apreciação da Tarântula para celebrar essa espécie de aranha e incentivar as pessoas a considerá-las como animais de estimação.

A nova espécie pertence a Chaetopelma, um gênero relativamente pequeno, distribuído nas regiões de Creta, Sudão e Oriente Médio. É também um dos dois únicos gêneros de tarântulas que habitam a região do Mediterrâneo. O nome da nova espécie para a ciência, Chaetopelma persianum, homenageia o país de origem da “Persian Gold Tarantula” — nome coloquial para a espécie já que o Irã é historicamente conhecido como Pérsia.

A descoberta recém-publicada também apresenta o primeiro registro desse gênero no Irã e a terceira espécie conhecida de tarântulas no país. Além disso, estende os locais de pertencimento das aranhas Chaetopelma em quase 350 km. Essa tarântula é um escavador e habita altas elevações em regiões montanhosas com boa vegetação das montanhas do norte de Zagros. O espécime coletado usado para descrever a nova espécie foi encontrado em uma toca feita por ela mesmo em terreno rochoso inclinado, em meio a vegetação rasteira e gramas.

A espécie desconhecida pela comunidade científica

A descoberta começou com o entusiasta da natureza local, Mehdi Gavahyan, que fotografou um macho errante e enviou a foto para Zamani. O cientista conta que imaginou que a aranha era provavelmente uma espécie atualmente desconhecida pela ciência. O cientista então pediu a Gavahyan que se juntasse a Amir Hossein Aghaei, um entusiasta da natureza e amigo, e enviasse a ele espécimes dessas aranhas para um exame mais aprofundado.

No entanto, Gavahyan e Aghaei conseguiram coletar e enviar apenas um único espécime feminino que mais tarde se tornaria a aranha usada na descrição da espécie. Os autores do estudo conseguiram fotos de outros dois machos do mesmo gênero, tiradas perto da localidade-tipo da nova espécie: uma em Sardasht, na província ocidental do Azerbaijão, no Irã, e o outro nos arredores de Sulaymaniyah, no Iraque. Embora seja altamente provável que ambos os machos pertençam a Chaetopelma persianum, ainda não se pode confirmar a informação até que seja realizado um exame mais aprofundado do material coletado de ambos.

Os pesquisadores Zamani e West descrevem no artigo a descoberta: “Olhando para o futuro, acreditamos que investigações mais abrangentes empregando métodos integrativos beneficiariam muito nosso conhecimento sobre as aranhas Chaetopelma.”

E também acrescentam: “Além disso, mais esforços de coleta em regiões menos amostradas ou completamente inexploradas, como Arábia Saudita, Síria, Iraque, leste da Turquia e oeste do Irã, podem levar à descoberta de espécies ou registros adicionais de Chaetopelma. Essas descobertas seriam fundamentais para obter uma compreensão mais abrangente da taxonomia e distribuição desse gênero”.

*Estagiário sob supervisão de Thays Martins

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