UNIVERSO

James Webb descobre indícios de oceanos em exoplaneta de zona habitável

Segundo novo estudo feito com o James Webb, o exoplaneta apresenta indícios de moléculas com carbono, incluindo metano e dióxido de carbono

O K2-18b é um exoplaneta até três vezes maior que a Terra, localizado a a cerca de 120 anos-luz da humanidade e pode ser coberto por oceanos
 -  (crédito:  Ilustração: NASA, CSA, ESA, J. Olmsted (STScI), Ciência: N. Madhusudhan (Cambridge University))
O K2-18b é um exoplaneta até três vezes maior que a Terra, localizado a a cerca de 120 anos-luz da humanidade e pode ser coberto por oceanos - (crédito: Ilustração: NASA, CSA, ESA, J. Olmsted (STScI), Ciência: N. Madhusudhan (Cambridge University))
Correio Braziliense
postado em 11/09/2023 20:26

Um novo estudo feito com o telescópio James Webb revelou que um exoplaneta situado na chamada zona habitável do Universo, na qual há condições de se manter elementos que permitem a vida, traz evidências da existência de moléculas baseadas em carbono na atmosfera, o que indica que pode ser coberto por oceanos — a água é uma das características de um planeta que pode ser habitado por organismos vivos.

O exoplaneta chamado K2-18b foi observado pela primeira vez com o Telescópio Espacial Hubble, também da Nasa, que revelou condições especiais para vida. As características  levou a mais estudos que, desde então até ganhar um olhar de certeza por meio do James Webb. K2/18b é até três vezes maior que a Terra e está a cerca de 120 anos-luz dos humanos. 

O estudo feito pela Agência Espacial Europeia (ESA) que revela a presença de moléculas contendo carbono, incluindo metano e carbono, anima os astrônomos com o fato do corpo estar na zona considerada habitável de sua estrela, onde a temperatura pode permitir a existência de formas de vida.

Exoplanetas como K2-18 b, que têm tamanhos entre os da Terra e de Netuno, são diferentes de tudo em nosso sistema solar. Esta falta de planetas próximos equivalentes significa que estes “sub-Neptunos” são mal compreendidos e a natureza das suas atmosferas é uma questão de debate ativo entre os astrónomos.

“As nossas descobertas sublinham a importância de considerar diversos ambientes habitáveis na procura de vida noutros locais”, explicou Nikku Madhusudhan, astrônomo da Universidade de Cambridge e autor principal do artigo que anuncia estes resultados, ao site da ESA.

Oceanos sugerem vida

A sugestão de que o sub-Netuno K2-18 b poderia ser um exoplaneta Hycean — que significa um tipo hipotético de planeta quente, coberto de água e com uma atmosfera de hidrogênio — é intrigante, já que alguns astrônomos acreditam que esses mundos são ambientes promissores para a busca de evidências de vida em exoplanetas.

A abundância de tais materiais, e a escassez de amônia, reforçam a hipótese de que pode haver um oceano sob uma atmosfera rica em hidrogênio em K2-18b, além de uma possível detecção de sulfeto de dimetila (DMS). Na Terra, esse elemento é produzido pela vida, sendo emitida pelo fitoplâncton em ambientes marinhos.

"Tradicionalmente, a procura de vida em exoplanetas tem-se concentrado principalmente em planetas rochosos mais pequenos, mas os mundos Hyceanos maiores são significativamente mais propícios a observações atmosféricas”, aponta Madhusudhan.

A inferência do DMS é menos robusta e requer validação adicional. “As próximas observações do Webb deverão ser capazes de confirmar se o DMS está realmente presente na atmosfera de K2-18 b em níveis significativos”, explica Madhusudhan.

Embora K2-18 b esteja na zona habitável e seja agora conhecido por abrigar moléculas contendo carbono, isso não significa necessariamente que o planeta possa sustentar vida.

“O nosso objetivo final é a identificação da vida num exoplaneta habitável, o que transformaria a nossa compreensão do nosso lugar no universo”, concluiu Madhusudhan, afirmando ainda que as novas descobertas são um passo promissor para uma compreensão mais profunda dos mundos Hyceanos nesta busca.

 

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