EXPEDIÇÃO

Arbusto desaparecido há quase dois séculos é reencontrado no Brasil

O arbusto de azevinho, conhecida pelo nome científico Ilex sapiiformis, foi encontrado em Igarassu, em Pernambuco, e já era considerado extinto

O azevinho (Ilex sapiiformis) pertence à família Aquifoliaceae e é nativo da Europa e Ásia ocidental -  (crédito: Divulgação/Observation.org)
O azevinho (Ilex sapiiformis) pertence à família Aquifoliaceae e é nativo da Europa e Ásia ocidental - (crédito: Divulgação/Observation.org)
postado em 26/09/2023 12:04 / atualizado em 26/09/2023 12:05

Uma equipe de expedição redescobriu uma pequena árvore em uma floresta brasileira. A espécie estava perdida havia 186 anos e era considerada extinta. O arbusto de azevinho, conhecida pelo nome científico Ilex sapiiformis, pode atingir entre 8 e 12 metros de altura e foi encontrada em Igarassu, em Pernambuco. O local onde a árvore foi encontrada era uma floresta densa, mas agora é majoritariamente composta por áreas urbanas.

A Ilex sapiiformis figura na lista das 25 espécies perdidas mais procuradas pela Busca por Espécies Perdidas e é o nona a ser redescoberto desde o lançamento do projeto da organização Global Wildlife Conservation, em 2017. A equipe percorreu diferentes partes de Pernambuco por seis dias e encontraram 4 árvores de azevinho.

O líder da pesquisa e ecologista da Navia Biodiversity Ltd., Gustavo Martinelli, afirmou que o arbusto está ameaçado. “Pode estar à beira da extinção porque, até onde sabemos, existem apenas quatro indivíduos da espécie. E esses indivíduos estão em uma área de mata ciliar degradada, apesar de protegidos por lei", ressaltou o especialista a Global Wildlife Conservation.

 
 
 
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A árvore foi encontrada pela primeira vez pelo naturalista George Gardner, em 1838.  Mais tarde, a espécie foi oficialmente descrita por Siegfried Reissek, em 1861. Para guiar a pesquisa, a equipe de expedição analisou bancos de dados virtuais, que continham 12 mil amostras do mundo todo. "No momento em que encontramos Ilex sapiiformis, parecia que o mundo tinha parado de girar. A natureza nos surpreende. Encontrar uma espécie da qual não se ouve falar há quase dois séculos não acontece todos os dias. Foi um momento incrível, e a emoção foi sentida por toda a equipe", relatou a pesquisadora Juliana Alencar.

As buscas por novos exemplares da árvore vão continuar. "A equipe espera organizar buscas adicionais com outros parceiros locais para encontrar mais indivíduos da espécie. O objetivo é colaborar com parceiros para melhor proteger as florestas onde o azevinho pernambucano foi encontrado e estabelecer um programa de reprodução em cativeiro da árvore", informa a Global Wildlife Conservation.

O azevinho (Ilex sapiiformis) pertence à família Aquifoliaceae e é nativo da Europa e Ásia ocidental. O arbusto pode viver por mais de 100 anos e é bastante cultivado para fins ornamentais, por causa dos frutos vermelhos.

O Correio tenta contato com os integrantes da equipe, para saber mais detalhes sobre a expedição, mas até a última atualização desta matéria o jornal não obteve retorno.

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