Mudança climática

Concentração de gases do efeito estufa alcança novos recordes

Relatório da OMM aponta ainda que os anos de 2015 a 2022 foram os oito mais quentes já registrados

Os níveis crescentes desses gases é uma das principais causas do aquecimento global, o que fez com que os anos de 2015 a 2022 fossem os oito mais quentes dos últimos 173 anos
 -  (crédito: Loïc Manegarium/Pexels)
Os níveis crescentes desses gases é uma das principais causas do aquecimento global, o que fez com que os anos de 2015 a 2022 fossem os oito mais quentes dos últimos 173 anos - (crédito: Loïc Manegarium/Pexels)
postado em 15/11/2023 16:52 / atualizado em 15/11/2023 18:13

A concentração dos gases de efeito estufa no planeta alcançou novos recordes. Segundo relatório publicado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), nesta quarta-feira (15/11), os níveis atmosféricos de óxido nitroso (N2O), dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) aumentaram, respectivamente, 124%, 149% e 262% em relação aos níveis pré-industriais (1750). O estudo leva em consideração dados de 2021, ano mais recente em que há números globais consolidados sobre a concentração desses gases na atmosfera.

A alta do gás metano entre 2020 e 2021, de acordo com o relatório, foi a maior já registrada e as razões ainda não estão claras. Por isso, a OMM destaca a importância de melhorar redes de observação em áreas sensíveis ao clima, como zonas úmidas tropicais e a região do Ártico.

Os níveis crescentes dos gases é uma das principais causas do aquecimento global, o que fez com que os anos de 2015 a 2022 fossem os oito mais quentes dos 173 anos de registro instrumental. Em 2023, segundo o relatório, essa concentração continua a crescer.

De acordo com a agência de notícias da Organização das Nações Unidas (ONU News), o gás carbônico acumulado na atmosfera tem um longo período de vida, por isso, mesmo que as emissões sejam reduzidas drasticamente, as altas temperaturas ainda devem persistir por algumas décadas. A última vez que o gás carbônico teve uma concentração tão alta foi entre 3 e 5 milhões de anos, quando a temperatura era 2 e 3°C mais quente e o nível do mar estava de 10 a 20 metros mais alto em relação ao atual.

Esse crescimento impacta também nos oceanos, que retém parte desses gases. Segundo o relatório, o calor dos oceanos e o nível do mar alcançaram níveis recorde, e a tendência é aumentar. O derretimento de geleiras também é uma das preocupações nas quais se centra o estudo. Na Europa, o derretimento de geleiras chegou a novos patamares. O gelo marinho da Antártica também caiu ao nível mais baixo já registrado.

O relatório ainda associou o aumento dos gases aos desastres naturais como inundações e às condições extremas e destacou as perdas e custos desses eventos climáticos. O boletim vai servir de base para a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que ocorre de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

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