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Nenhum país emite mais gases do efeito estufa que a China, diz pesquisa

Em 2021, a China emitiu 14,3 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, uma medida da pegada de carbono que leva em consideração todos os gases do efeito estufa

O número faz da China o maior emissor mundial -  (crédito: Ina Fassbender/AFP - 15/3/21)
O número faz da China o maior emissor mundial - (crédito: Ina Fassbender/AFP - 15/3/21)
Agência France-Presse
postado em 29/11/2023 13:48

Nenhum país emite mais gases do efeito estufa que a China, o que significa que a estratégia climática de Pequim é uma das mais importantes para limitar o aquecimento do planeta.

Qual o nível de emissões?

Em 2021, a China emitiu 14,3 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, uma medida da pegada de carbono que leva em consideração todos os gases do efeito estufa, segundo o Climate Watch, que cita dados do Instituto de Pesquisa do Impacto Climático de Postdam.

O número faz da China o maior emissor mundial. Ao considerar as emissões acumuladas historicamente por cada país, o gigante asiático fica em segundo lugar, atrás dos Estados Unidos.

Não há um "cenário possível" para conseguir conter o aquecimento global a 1,5ºC na comparação com a era pré-industrial sem o envolvimento da China, afirma a Agência Internacional de Energia (AIE) 

Origem das emissões chinesas?

O carvão gera metade das emissões de CO2 da China, que produz 60% da sua energia elétrica a partir deste combustível fóssil, segundo a AIE.

A indústria é responsável por 36% das emissões de CO2, enquanto os transportes contribuem com 8% e o setor de construção com 5%.

A China aumenta sua capacidade instalada de energias renováveis a um ritmo recorde, em particular a solar, mas até o momento apenas compensou a demanda crescente de energia elétrica, sem conseguir substituir as energias que usam combustíveis fósseis. 

O próximo ano pode representar um ponto de inflexão: segundo um estudo da Carbon Brief, o aumento da capacidade instalada e o avanço da produção hidrelétrica devem "provocar uma redução da produção de energia elétrica a partir de combustíveis fósseis e das emissões de CO2" da China.

Quais as metas de redução?

Em 2020, o presidente Xi Jinping prometeu que a China tentaria alcançar o pico de emissões de carbono até 2030 e alcançar até 2060 a "neutralidade de carbono", o equilíbrio entre as emissões e a absorção de carbono na atmosfera.

Um ano depois, o governo se comprometeu a acabar com o financiamento e a construção de novas centrais de carvão no exterior. Também anunciou um plano quinquenal com novas metas.

A China também estabeleceu o objetivo de reduzir as emissões em relação ao seu PIB em 65% na comparação com 2005 e atingir mais de 1.200 gigawatts de capacidade instalada de energia solar e eólica até 2030.

Em 2021, o país alcançou 1.056 gigawatts, segundo a AIE, muito à frente dos Estados Unidos, que aparecem em segundo lugar no ranking mundial com 345 gigawatts.

Pequim também anunciou um plano para controlar as emissões de metano, mas não estabeleceu metas concretas de redução.

O país está no caminho certo?

De modo geral, os especialistas acreditam que a China alcançará seus objetivos climáticos, mas em parte porque estes não são muito ambiciosos. 

Quase 70% dos 89 analistas entrevistados pelo Centro de Pesquisas da Energia do Ar Limpo consideram que a China atingirá o pico de emissões até 2030.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente afirmou este mês que a China "provavelmente" alcançará suas metas e destacou que mais da metade da capacidade de produção de energia elétrica instalada procede atualmente de fontes não fósseis, um objetivo que deveria ser alcançado até 2025.

Mas a demanda por energia deve aumentar e a incerteza vinculada ao fornecimento de energia tem provocado um aumento das capacidades de produção vinculadas ao carvão, aponta a mesma fonte, o que ameaça o progresso da política climática do país.

Apesar das promessas do presidente chinês sobre o carvão, Pequim hesita em adotar qualquer medida que sugira uma saída ou redução do uso das energias fósseis, uma questão delicada nas rodadas de negociações sobre o clima.

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