CIÊNCIA

Cérebro de porco é mantido vivo fora do corpo por cinco horas

A expectativa é que o dispositivo recém-criado leve a novas formas de estudar o cérebro humano sem a influência de outras funções corporais

O funcionamento do cérebro de porco por cinco horas só foi possível por meio de um dispositivo recém-criado por pesquisadores -  (crédito: Reprodução/Pixabay)
O funcionamento do cérebro de porco por cinco horas só foi possível por meio de um dispositivo recém-criado por pesquisadores - (crédito: Reprodução/Pixabay)
postado em 05/02/2024 09:11

Pesquisadores norte-americanos conseguiram manter o cérebro de um porco funcionando fora do corpo por cinco horas. O experimento só foi possível de ser realizado por meio de um dispositivo recém-criado pela equipe de pesquisa. A máquina permite que o cérebro seja isolado do resto do corpo por meio de uma bomba artificial superinteligente que cuida do suprimento de sangue.

A expectativa é que essa invenção leve a novas formas de estudar o cérebro humano sem a influência de outras funções corporais. “Este novo método permite pesquisas que se concentram no cérebro independente do corpo, permitindo-nos responder a questões fisiológicas de uma forma que nunca foi feita”, disse o pesquisador Juan Pascual, do UT Southwestern Medical Center, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores já utilizaram esse sistema para entender melhor os efeitos da hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue) na ausência de outros fatores. Embora os cientistas possam induzir a hipoglicemia restringindo a ingestão de alimentos em animais de laboratório ou pela administração de insulina, o corpo pode compensar parcialmente qualquer um destes cenários alterando o metabolismo e isto altera o cérebro. Entretanto, o novo dispositivo permite aos cientistas alterarem o conteúdo de glicose diretamente no sangue bombeado para o cérebro.

"Os dispositivos de circulação extracorpórea reproduzem algumas funções do coração e dos pulmões, fornecendo um fluxo contínuo de sangue oxigenado por todo o corpo. Em contraste, o novo dispositivo fornece sangue através de um fluxo pulsante, muito semelhante ao coração humano, uma diferença que pode prevenir efeitos secundários relacionados com o cérebro, por vezes causados por máquinas de circulação extracorpórea", diz a pesquisa.

A pesquisa foi publicada na revista Scientific Reports e pode ser acessada na íntegra neste link.

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