
Um novo visitante cósmico está quebrando recordes e encantando astrônomos: o cometa 3I/ATLAS, também chamado de C/2025 N1, foi oficialmente confirmado como o terceiro objeto interestelar já observado passando pelo Sistema Solar, segundo informações divulgadas pela NASA nesta semana. Descoberto em 1º de julho pelo telescópio ATLAS, o corpo celeste chamou a atenção pelas características únicas e já é considerado um dos objetos mais intrigantes do tipo.
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Com uma velocidade impressionante de cerca de 60 km/s (216 mil km/h) e uma excentricidade orbital de 6.0, a maior já registrada superando os antecessores tanto em velocidade quanto em tamanho. Estima-se que ele tenha cerca de 20 quilômetros de diâmetro, muito maior que o enigmático ’Oumuamua, descoberto em 2017, e o cometa Borisov, em 2021, os dois únicos objetos interestelares já identificados antes dele.
O 3I/ATLAS foi classificado como cometa após análises detalhadas da sua órbita e brilho. De acordo com a NASA, as primeiras observações indicam que o objeto veio de regiões distantes da nossa galáxia, o que o torna oficialmente um visitante interestelar, ou seja, originado fora do Sistema Solar.
As observações iniciais mostram que ele está se deslocando quase o dobro da velocidade dos dois visitantes anteriores: Oumuamua viajava a 26,3 km/s, e Borisov, a 32,2 km/s. Além disso, o novo cometa aparenta ser significativamente maior. Ainda assim, especialistas alertam que o brilho observado pode enganar, como se trata de um cometa, sua cauda e atividade gasosa podem alterar a estimativa de tamanho. Mais observações são necessárias para confirmar suas dimensões exatas.
Segundo a NASA, o cometa deve permanecer visível para telescópios terrestres até setembro deste ano, quando ficará oculto pelo Sol do nosso ponto de vista. No entanto, os astrônomos esperam que ele volte a ser observado a partir de dezembro.
O cometa atingirá seu ponto mais próximo do Sol, a cerca de 210 milhões de quilômetros (muito além da órbita da Terra), no dia 30 de outubro de 2025. Não há risco de colisão com nosso planeta.
A descoberta foi possível graças ao sistema ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), mas imagens anteriores à detecção já haviam sido registradas por outros telescópios, como a Instalação Transiente Zwicky, nos EUA. Esses dados de “pré-descoberta”, coletados desde 14 de junho, ajudaram a refinar a trajetória e as características do cometa.
Astrônomos afirmam que objetos como o 3I/ATLAS são raros, mas não únicos: estima-se que cerca de 10 mil objetos interestelares estejam passando pela órbita de Netuno a qualquer momento, embora a maioria seja invisível com a tecnologia atual. No entanto, novos observatórios, como o Vera C. Rubin, prometem ampliar drasticamente nossa capacidade de detectar esses intrusos estelares.