
Uma laranjeira fixa 4,28 quilos de carbono por ano. Segundo estudo realizado pela Embrapa e pelo Fundo de Defesa da Citricultura, cada hectare de produção de frutas cítricas no cinturão citrícola brasileiro, que compreende o estado de São Paulo e o Sudoeste/Triângulo Mineiro, remove duas toneladas de carbono da atmosfera por ano, em média.
“Ao retirar o gás carbônico (CO2) da atmosfera por meio da fotossíntese, as laranjeiras fixam o carbono nas folhas, galhos, tronco e raízes, e também no solo, anualmente, com a decomposição de folhas, raízes finas e restos das podas. Comparados a culturas como soja, milho e pastagens, os pomares de laranja têm uma capacidade muito maior de armazenar carbono, funcionando como um grande reservatório, o que contribui significativamente para a mitigação da mudança do clima”, explica o pesquisador Lauro Rodrigues Nogueira Júnior.
As estimativas foram obtidas por meio de um trabalho que envolveu medições em campo, análises em laboratório, imagens de satélite e modelagem de dados. Os cientistas fizeram a medição direta de 80 laranjeiras e a coleta de dados biométricos em mais de 1.300 árvores cultivadas em diferentes regiões do cinturão citrícola.
A partir dessas informações, os pesquisadores desenvolveram equações alométricas — modelos matemáticos baseados em variáveis como altura, diâmetro do tronco e dos galhos primários e secundários — que permitem estimar a biomassa das árvores e, consequentemente, o estoque de carbono nelas contido.
“Os resultados apresentados pela pesquisa podem servir como uma linha de base do setor citrícola, melhorar as estimativas de emissões do setor, bem como apoiar mensurações de estoques de carbono em pomares de laranjas de produtores e empresas que queiram acessar o mercado de Carbono”, cita Lauro.
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Ciência e Saúde
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