
"A gente pegou o conceito de remissão emprestado da oncologia. Se a pessoa terminou o tratamento com câncer, a doença ficou quieta, mas pode voltar. Então, precisa ficar monitorando. No caso do diabetes, as métricas mais usadas são estar com hemoglobina glicada abaixo de 6,5% e sem necessidade de tratamento farmacológico por pelo menos três meses. Eu diria que estar em remissão é algo muito bom, pois você diminui muito o risco das complicações do diabetes. Mas é algo que esconde algumas armadilhas também, porque a pessoa continua tendo diabetes. Então, ela precisa continuar fazendo visitas regulares ao médico, a triagem das complicações associadas, como a pressão alta e o colesterol, avaliar o fundo de olho e o funcionamento dos rins. É importante dizer que os pacientes podem voltar às taxas normais, mas eles continuarão tendo diabetes e todos esses riscos associados à doença."
Fernando Valente, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)