
Crianças diagnosticadas com gagueira, mesmo que tenham herdado o gene, podem vencer o desafio se o tratamento começar o mais cedo o possível, houver um ambiente favorável e tratamentos direcionados também para o equilíbrio mental e emocional. A conclusão é de um vasto estudo do brasileiro Tiago Veiga Pereira, da Universidade de São Paulo (USP), que fez uma pesquisa sobre a questão genética e a disfemia.
O estudo mostra que, com base na patofisiologia da gagueira (modelos de aprendizagem, modelos orgânicos), as pesquisas existentes sugerem que o componente genético tem um papel fundamental na susceptibilidade à gagueira. Várias fontes de evidência sugerem que tanto a gagueira transitória como a persistente são influenciadas por fatores genéticos.
A análise indica ainda que a gagueira é um caráter herdável, mais frequente entre homens, exatamente como aponta a pesquisa dos norte-americanos, e que há um modelo multifatorial (múltiplos fatores), inclusive com influências do ambiente, assim como a interação genética-nutrição.
Outro estudo dos pesquisadores João Pedro Costa Poeys e Carolina de Freitas do Carmo, publicado na Revista Interdisciplinar do Pensamento Científico, destaca a necessidade de interação dos professores com médicos pediatras, psicólogos e fonoaudiólogos para que compreendam como acolher uma criança com gagueira. A pesquisa de 2016 mostra que os docentes não se sentem seguros com os alunos gagos.
Os especialistas alertam ainda há desconhecimento sobre o tema. De acordo com eles, a ignorância costuma gerar questionamentos e estimular falsas verdades sobre a gagueira.