
Uma bebê de 10 meses da Suécia desenvolveu uma alteração na genitália semelhante a um micropênis por conta do contato repetido com o peito nu do pai, que usava gel de testosterona no local. As alterações foram temporárias, mas chamaram a atenção da comunidade médica.
Segundo os médicos, o clitóris da menina começou a se alongar, enquanto os lábios vaginais se fundiram, lembrando um pênis pequeno. Os pais, alarmados, buscaram atendimento médico, onde exames de sangue identificaram a causa: exposição ao hormônio presente no gel aplicado pelo pai, que fazia terapia de reposição de testosterona (TRT) para tratar hipogonadismo (deficiência na produção de hormônios sexuais).
Apesar de ser o termo usado pela família, o termo "micropênis" não é tecnicamente correto, já que descreve exclusivamente genitália masculina subdesenvolvida. O caso se tratava de uma virilização feminina temporária. A reversão ocorreu assim que o pai interrompeu o uso do gel, interrompendo a exposição hormonal.
A professora Jovanna Dahlgren, endocrinologista pediátrica do Hospital Universitário Sahlgrenska, que foi uma das médicas que atendeu a bebê, explicou que este não é um caso isolado. “Já vi pelo menos seis incidentes semelhantes em crianças, todos envolvendo exposição involuntária a medicamentos hormonais por meio de contato próximo com um dos pais”, afirmou em entrevista ao NY Post. Em um episódio, uma menina entrou em contato com creme de estrogênio usado pela mãe, desenvolvendo crescimento de seios antes da hora.
Terapia hormonal
A história ressalta os riscos crescentes da TRT, uma prática que ganhou popularidade global nos últimos anos. Nos EUA, as prescrições saltaram de 7,3 milhões em 2019 para mais de 11 milhões em 2024, incluindo celebridades, como Sylvester Stallone.
Apesar dos benefícios, especialistas alertam que a terapia não é isenta de riscos. Existem vários efeitos colaterais, como:
- Acne;
- Retenção de líquidos;
- Encolhimento testicular;
- Redução da fertilidade;
- Agravamento da apneia do sono.
A TRT pode ser administrada por comprimidos, injeções, adesivos ou géis, com prescrição médica em todos os casos. A recomendação dos médicos para quem utiliza géis de testosterona é rigorosa: lavar bem as mãos após a aplicação e enxaguar a área tratada antes de qualquer contato pele a pele com outras pessoas, especialmente crianças.
“A potência desses tratamentos nem sempre é compreendida. Pais ficam desesperados ao perceber que uma prática de vínculo saudável pode ter efeitos tão inesperados”, pontuou a especialista.
Para que serve o gel de testosterona?
- Tratamento de hipogonadismo masculino – Corrige níveis baixos de testosterona em homens que não produzem hormônio suficiente naturalmente;
- Aumento da libido – Ajuda a melhorar o desejo sexual em homens com deficiência hormonal;
- Melhora da função erétil – Pode auxiliar homens que têm dificuldade de manter ereções devido à baixa testosterona;
- Ganho de massa muscular – Contribui para aumento de força e massa muscular em pacientes com deficiência hormonal;
- Redução da fadiga – Ajuda a combater cansaço e falta de energia associados à baixa testosterona;
- Melhora do humor – Pode reduzir sintomas de depressão, irritabilidade e alterações de humor relacionadas ao déficit hormonal;
- Fortalecimento ósseo – Contribui para a manutenção da densidade óssea, prevenindo osteoporose em homens com baixos níveis de testosterona;
- Aumento da motivação e concentração – Pode melhorar foco e desempenho mental em pessoas com deficiência hormonal;
- Equilíbrio hormonal em terapias de reposição – Usado como parte de protocolos médicos para equilibrar os níveis de testosterona no corpo.
- Tratamento de algumas condições médicas específicas – Como certos tipos de infertilidade masculina ou perda de massa muscular associada a doenças crônicas.
Ciência e Saúde
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