
Um ponto extremamente relevante que o artigo reforça é a mudança de paradigma sobre como enxergamos a saúde. A boca não é um sistema isolado. A pesquisa consolida o conceito do 'eixo boca-intestino-cérebro', mostrando que o que acontece na cavidade oral tem consequências diretas em órgãos distantes, como o cérebro. Isso significa que cuidar dos dentes e da gengiva vai muito além da estética ou de evitar dor de dente; é um ato de cuidado com a saúde geral e, notavelmente, uma estratégia de prevenção neurológica. A ideia de que uma boa higiene bucal e visitas regulares ao dentista podem ser ferramentas para proteger nosso cérebro do Alzheimer é poderosa. Isso coloca o cirurgião-dentista como um agente importante na promoção da saúde neurológica e na abordagem multidisciplinar do envelhecimento saudável. A saúde começa, literalmente, pela boca.
Marcos Alexandre Carvalho Alves, coordenador da neurologia do Hospital Mater Dei Goiânia e especialista em doença de Parkinson
