
O “status” é um dos fatores que tem impulsionado o mercado imobiliário de luxo no Brasil. O grande destaque são os novos ricos dos setores de tecnologia e agronegócio, além de investidores internacionais atraídos por preços competitivos e potencial de valorização
O mercado imobiliário de luxo no Brasil atravessa uma fase de expansão significativa, com crescimento considerável nas vendas de imóveis de alto padrão em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e outras emergentes, é o que diz Andrea Gomes e Patricia Rosa, as famosas e experientes corretoras no segmento de luxo.
O crescimento do setor tem como principais motores econômicos a valorização dos imóveis como forma de proteção contra a inflação e a demanda crescente por espaços amplos, impulsionada pelas mudanças no estilo de vida pós-pandemia. “As pessoas têm buscado tanto casas em condomínios de luxo no interior quanto apartamentos otimizados em metragens menores, mas com altíssimo padrão de construção e design,” aponta Andrea Gomes.
O perfil dos compradores também passou por transformações. Os “novos ricos”, provenientes dos setores de tecnologia e agronegócio, se destacam, além de empresários, investidores estrangeiros e profissionais liberais de alta renda. “Eles estão atrás de segurança patrimonial, status e qualidade de vida,” acrescenta Patricia Rosa.
Embora a maioria das transações no mercado de luxo seja feita por compradores brasileiros, há um interesse crescente de investidores internacionais. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, com suas áreas nobres e valorização imobiliária, atraem estrangeiros graças ao câmbio favorável e à oportunidade de adquirir propriedades exclusivas a preços competitivos no cenário global.
As diferenças regionais no Brasil influenciam diretamente os preços e a procura por imóveis de luxo. “A infraestrutura, a economia local e o estilo de vida específico de cada região desempenham papéis essenciais,” explicam as corretoras. Em São Paulo, por exemplo, bairros como Jardins e Itaim sofrem com a escassez de terrenos, enquanto no Nordeste, o apelo está nas vistas privilegiadas para o mar.
Entre as cidades emergentes, destacam-se Balneário Camboriú e Florianópolis (SC) por suas infraestruturas premium e turismo consolidado, Brasília (DF) pelas áreas nobres como o Lago Sul, e Campinas (SP), que se beneficia da proximidade com a capital e de seu polo econômico.
As propriedades que ultrapassam os 20 milhões de reais apresentam diferenciais como localização estratégica, design exclusivo, infraestrutura de lazer completa e tecnologias de ponta. A privacidade e a incorporação de soluções sustentáveis também são fatores que agregam valor. “Os compradores querem ambientes funcionais, mas que ofereçam sofisticação e exclusividade,” explica Patricia.
Residências compartilhadas estão ganhando espaço no mercado imobiliário de alto padrão. Segundo as corretoras, essa modalidade oferece acesso a imóveis exclusivos com custos reduzidos e gestão profissional que garante a valorização do investimento. “Essa opção é especialmente atrativa para consumidores que buscam flexibilidade e sustentabilidade,” destaca Andrea.
Apesar de sua expansão, o mercado brasileiro ainda é mais acessível quando comparado a destinos como Miami e Dubai, onde o custo por metro quadrado é significativamente mais alto. “O Brasil oferece uma excelente relação custo-benefício para investidores, além de potencial de valorização futura,” afirma Andrea.
As tendências tecnológicas e sustentáveis estão cada vez mais presentes nos empreendimentos de luxo brasileiros. Automação residencial para controle de iluminação, segurança e climatização é comum, assim como soluções ecológicas, como painéis solares e sistemas de reaproveitamento de água. “Esses elementos não são apenas diferenciais; eles atendem a um público exigente que valoriza conforto e responsabilidade ambiental,” ressalta Patricia.
Os imóveis de alto padrão no Brasil também investem em sustentabilidade, adotando materiais ecológicos, áreas verdes amplas e estratégias de eficiência energética. Projetos arquitetônicos priorizam ventilação e iluminação naturais, promovendo um impacto ambiental reduzido e atraindo um público mais consciente.
Com cidades emergentes ganhando destaque e a crescente demanda por soluções tecnológicas e sustentáveis, o mercado imobiliário de luxo brasileiro está posicionado para manter sua trajetória de crescimento. “O potencial de valorização é enorme, especialmente em um cenário econômico que favorece a segurança patrimonial. A combinação de inovação, exclusividade e qualidade de vida promete manter o segmento no radar de investidores locais e internacionais, consolidando o Brasil como um destino atrativo no mercado de luxo global”, concluem.