O futuro das lojas físicas: reinvenção ou extinção na era digital?

O futuro das lojas físicas: reinvenção ou extinção na era digital?

João Ferrari -  (crédito: João Ferrari)
João Ferrari - (crédito: João Ferrari)


O futuro das lojas físicas: reinvenção ou extinção na era digital?


O crescimento acelerado do e-commerce tem desafiado o modelo tradicional do varejo físico. Em 2024, as vendas online no Brasil atingiram R$ 204,3 bilhões, um aumento de 10,5% em relação ao ano anterior. Diante desse cenário, muitos questionam se as lojas físicas ainda têm espaço ou se estão fadadas ao declínio. No entanto, elas estão longe de se tornarem obsoletas, pois continuam a desempenhar um papel estratégico, desde que saibam se reinventar e oferecer ao consumidor algo que o digital ainda não substitui: conveniência e atendimento personalizado ao cliente.
Para João Ferrari, empreendedor e especialista em gestão de negócios, as lojas físicas não perderam sua relevância, mas precisam se adaptar ao novo comportamento do consumidor. "As lojas físicas são essenciais e, na minha visão, sempre serão. No entanto, é preciso entender o perfil do cliente que busca esse tipo de experiência. Se a prioridade fosse apenas o preço, ele compraria online. O diferencial está na conveniência, na possibilidade de levar o produto imediatamente, sem ter que esperar alguns dias para chegar em sua casa, e no atendimento especializado. Quando esses fatores se combinam, a chance de fidelização do cliente aumenta significativamente", explica.
Um erro comum entre lojistas, segundo João Ferrari, é tentar competir com o digital apenas pelo preço, ignorando os fatores que somam valor ao produto na experiência presencial. "O varejo físico tem vantagens únicas, criar relacionamento direto com o cliente e oferecer consultoria personalizada. Estratégias como um mix de produtos bem alinhado ao público, treinamento da equipe de vendas e um CRM eficiente para o pós-venda são diferenciais que tornam as lojas mais lucrativas e atraentes", aconselha o especialista.
Ainda assim, muitos empresários que já possuem lojas físicas enxergam no digital uma oportunidade de crescimento, mas não sabem por onde começar. João Ferrari esclarece que é possível integrar os dois canais, desde que cada um seja gerido de forma independente. "O mundo online e offline possuem dinâmicas diferentes de consumo e margens de vendas. No entanto, estratégias híbridas, como o Click & Collect (clique e retire), têm sido amplamente adotadas por grandes marcas. Quando o cliente retira um produto na loja física, o vendedor tem a oportunidade de agregar novas vendas, algo que tem bem menos chance de acontecer no digital", pontua.
Diante dessas transformações, a dúvida sobre um possível declínio das lojas físicas persiste. Mas o empreendedor vê o futuro com otimismo. "A pandemia nos mostrou que, apesar do fortalecimento do online, o varejo físico segue forte. Em 2024, o setor cresceu quase 5% em relação a 2023. O que muda é que o consumidor busca uma experiência cada vez mais interativa e diferenciada, algo que ele não tenha contato com frequência. Marcas como a Nike já incorporam tecnologia e entretenimento às lojas, com espaços para testes de produtos e inteligência artificial. Esse é o caminho: transformar a loja em um ambiente de vivência com a marca e não apenas um ponto de venda", conclui.

FM
postado em 08/04/2025 12:20
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