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PMMA: vilão ou uma revolução na Medicina?

Especialista defende que a falta de conhecimento tem causado a perseguição ao produto, que apresenta segurança quando produzido e aplicado de forma correta por profissionais habilitados

Especialista defende que a falta de conhecimento tem causado a perseguição ao produto, que apresenta segurança quando produzido e aplicado de forma correta por profissionais habilitados
 -  (crédito: Divulgação)
Especialista defende que a falta de conhecimento tem causado a perseguição ao produto, que apresenta segurança quando produzido e aplicado de forma correta por profissionais habilitados - (crédito: Divulgação)

“Historicamente, observamos que as revoluções são acompanhadas de perseguição e falta de conhecimento. Na Medicina, também é assim. Quando um produto ganha destaque pelo resultado que gera, ele acaba sendo vítima de uma campanha de profissionais que não sabem como funciona o produto. Eles não utilizam e, consequentemente, não se atualizam sobre os benefícios, a segurança, e isso tem ocorrido com o PMMA”, explica o farmacêutico Carlos Cunha.

Aprovado pela Anvisa, o PMMA é um material médico que também passou por rigorosa avaliação e segue sendo monitorado pelos órgãos responsáveis. O preenchedor não é apenas usado para fins corretivos como muito se comenta na mídia, mas é utilizado em diversas áreas, como por exemplo: Oftalmologia, Ortopedia, Odontologia, dentre outras. “Até o presente momento, não há registro na literatura científica de casos de rejeição do PMMA pelo organismo, o que reafirma a sua biocompatibilidade com o corpo humano. Tanto que, nas últimas décadas, o PMMA (como preenchedor) ganhou destaque internacional como a opção segura e eficaz em tratamentos reparadores (corporal e facial), desde que, seja respeitada as orientações do fabricante”, afirma o farmacêutico.


De acordo com o especialista, as partículas inertes e biocompatíveis do preenchedor tornam o produto estável por décadas após sua aplicação. “A biocompatibilidade do PMMA é reconhecida em diversos estudos científicos, que comprovaram que ele é um material que não será rejeitado pelo organismo, e, sem eventos adversos não previstos em literatura. Sua utilização só aconteceu após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, e de vários testes de segurança, eficácia e qualidade”, comenta.

Em dezembro de 2024, a Anvisa atualizou dados sobre o PMMA destacando em nota oficial que se trata de um produto autorizado, que pode ser utilizado para correção volumétrica corporal e facial, cabendo ao médico responsável avaliar a necessidade e viabilidade de sua utilização, de acordo com as orientações da instrução de uso do fabricante. “O órgão regulador pontua que, para cada paciente, o médico deve determinar as doses injetadas e o número de injeções necessárias com base nas instruções do uso do produto e na avaliação clínica. Nesse caso, é preciso observar as características cutâneas, musculares de cada indivíduo, das áreas a serem tratadas e do tipo de indicação, ou seja, cada indivíduo tem sua característica, daí a necessidade do profissional médico habilitado para realizar o procedimento”, relata Cunha.

É preciso ressaltar que existem duas categorias de preenchedores: os produtos definitivos, que é o caso do PMMA e os produtos absorvíveis, que são temporários, a exemplo do ácido hialurônico, hidroxiapatita cálcica, ácido polilático, entre outros. “O único que é definitivo é o PMMA e é preciso dar crédito a ele porque, a cada procedimento existe um risco, então, ao utilizar um protocolo único, com profissional, técnica e preenchedor confiáveis, reduzimos os possíveis problemas da exposição a novos procedimentos”.

Ainda, segundo o farmacêutico, o PMMA é um dos maiores estimuladores de colágeno que existe. “Ele faz um crescimento tecidual, que faz com que haja um rejuvenescimento das células epiteliais daquela região, das células do tecido conjuntivo como um todo daquela região. Tudo depende da escolha correta do produto, técnica e profissional habilitado”.

Carlos Cunha destacou ainda que o PMMA tem sido vítima do mercado clandestino da estética. “Infelizmente, produtos clandestinos se apropriam do nome PMMA (sem ser). Isso ocorre quando a pessoa é pega fazendo um procedimento em um lugar clandestino, geralmente ele fala que fez uso do PMMA, porque ele prefere dizer que é um produto autorizado do que assumir que é um material ilegal como o silicone industrial ou o óleo mineral. Se ele falar que é silicone industrial será enquadrado no Artigo 273 do Código Penal brasileiro. O clandestino prefere ser enquadrado como exercício ilegal da Medicina do que crime contra a saúde pública com o uso de produtos sem registro sanitário. Por isso, defendemos que a Lei precisa ser modificada, ela tem que coibir esse tipo de situação”.

Para finalizar, de acordo com a nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde em 2024, há evidências com comprovações científicas da eficácia e segurança do material. “Dentre os vários estudos apresentados há uma revisão sistemática com 76 estudos científicos sobre o uso do PMMA que demonstra que entre as pessoas que aplicaram, após 1 a 5 anos, tiveram o grau de satisfação de 90% após 1 ano e 5 anos. Além disso, quando comparado a todos os outros preenchedores, esse foi o produto que menos apresentou complicações, sendo que é amplamente utilizado para procedimentos de reconstrução, além de estética”, comenta Carlos.

FM
postado em 06/05/2025 16:48
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