
Alexandre Frota, ex-ator e atual vereador do município de Cotia, na Grande São Paulo, pode estar prestes a enfrentar um dos capítulos mais tensos de sua carreira pública. Isso porque uma denúncia formal enviada pelo CREMESP, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, à Câmara Municipal acusa o parlamentar de “quebra de decoro parlamentar e abuso de direito”, após realizar fiscalizações em unidades de saúde da cidade.
Segundo informações obtidas com exclusividade pelo portal LeoDias, o documento enviado à Casa Legislativa relata que Frota teria feito vistorias em locais como a UPA Atalaia, Hospital Infantil de Cotia e UPA Parque São George, durante as madrugadas, de forma considerada intimidadora pelos médicos. As acusações são pesadas: ele teria invadido áreas restritas, como salas vermelha e amarela, além de consultórios durante atendimentos, inclusive a pacientes menores de idade. Tudo isso, segundo o CREMESP, usando tom de ameaça e desrespeito à atuação dos profissionais da saúde.
O vereador, em resposta, compartilhou nas redes sociais imagens de médicos dormindo no plantão, relatos de falta de ar-condicionado, ausência de medicamentos, além de longas filas de espera e suposta má conduta de servidores públicos. A repercussão foi imediata.
Agora, o caso tomou proporções jurídicas. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Cotia, composta pelos vereadores Felipe Variedade e Serginho, avalia abrir um processo de cassação. O pedido partiu diretamente do CREMESP, que exige que a atuação de Frota nas fiscalizações seja investigada formalmente.
Frota segue montando sua defesa. O vereador contratou o advogado Dr. Arthur Rollo e esteve recentemente em Brasília, onde se reuniu com especialistas em direito público e constitucional para traçar sua estratégia. Por ora, ele prefere o silêncio: “Não comentarei o caso enquanto estiver em trâmite”, disse, mas garantiu confiar plenamente na Justiça e em sua equipe.
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A equipe do vereador também se pronunciou oficialmente, destacando que “setores da política local parecem determinados a punir quem teve coragem de mostrar a verdade”. Eles acusam o movimento de censura e perseguição política. Segundo a advogada Dra. Luciana Gaston, que acompanha o caso, “a tentativa de cassar Frota é uma aberração jurídica”, uma vez que o direito de fiscalização está garantido no artigo 31 da Constituição Federal.
Nos bastidores, o sentimento é de revolta. Um assessor próximo foi direto: “Querem silenciar quem não aceita o abandono da população”.
Em meio à crise, uma pergunta inquieta a população de Cotia: denunciar o descaso virou crime?