
Nos últimos anos, as redes sociais foram dominadas pelo formato dos vídeos curtos, especialmente com o sucesso dos Reels no Instagram e do TikTok. Entretanto, uma mudança significativa começa a ser observada: criadores de conteúdo que alcançaram milhões de seguidores estão cada vez mais cansados das fórmulas repetitivas que dominam os algoritmos. Em busca de mais autenticidade e expressão artística, eles estão migrando para produções roteirizadas, que exigem mais tempo e investimento, mas também garantem uma conexão mais profunda com a audiência.
De acordo com um estudo recente da Nielsen, o tempo médio de consumo de vídeos longos cresceu 30% entre usuários da faixa dos 18 a 34 anos, indicando que o público está disposto a investir mais atenção em narrativas relevantes e bem produzidas. Criadores como Gabriel Almeida, que soma mais de 4 milhões de seguidores entre Instagram, TikTok e YouTube, são exemplos desse movimento. Gabriel, que iniciou sua carreira com vídeos curtos e humorísticos, hoje busca construir histórias mais elaboradas, com roteiros autorais e estética própria.
Essa revolução silenciosa não é apenas uma resposta à fadiga causada pelos algoritmos, mas também um posicionamento artístico. Em um cenário saturado por conteúdos descartáveis, a aposta no audiovisual autoral é uma forma de resistência criativa. Além disso, essa migração tem impactos diretos na relação dos criadores com as marcas, que buscam cada vez mais parcerias autênticas e narrativas que dialoguem de forma genuína com as audiências.
O desafio, no entanto, é equilibrar o investimento maior em produção com a necessidade de manter frequência e relevância nas redes. Gabriel exemplifica esse equilíbrio ao combinar roteiros originais e alta qualidade técnica sem perder o ritmo constante de publicações. Para ele, a chave está em “não depender do algoritmo, mas da força da ideia”, uma máxima que tem impulsionado sua transição para o audiovisual.
À medida que essa tendência ganha força, o mercado digital se prepara para um novo ciclo, onde o protagonismo será dos criadores que conseguem aliar criatividade, narrativa e técnica, rompendo com a cultura da efemeridade e construindo legados duradouros