
A Medicina Germânica tem despertado curiosidade e, ao mesmo tempo, levantado questionamentos. Criada pelo médico alemão Ryke Geerd Hamer, essa abordagem propõe que todas as doenças têm origem em choques emocionais e que o corpo reage de forma biológica para se adaptar a esses impactos. Embora seja vista por alguns como uma terapia complementar promissora, para outros, é cercada de dúvidas e interpretações equivocadas.
Entre as principais controvérsias, estão os mitos que a cercam, como a ideia de que ela dispensa acompanhamento médico convencional ou que se trata de um método “mágico” de cura. Michele Areas, terapeuta e especialista em Medicina Germânica, diz que um dos maiores mitos é pensar que a Medicina Germânica substitui totalmente a medicina tradicional: “Essa abordagem não descarta exames, diagnósticos ou tratamentos médicos. O que fazemos é compreender a origem emocional e biológica dos sintomas, para atuar em conjunto e ampliar as possibilidades de recuperação”, explica a especialista.
Outro equívoco frequente, segundo Michele, é acreditar que a Medicina Germânica funciona apenas com “pensamento positivo” ou “mudança de mentalidade”. “Não é só sobre pensar melhor, é sobre identificar o conflito biológico vivido e como ele impactou o corpo. Sem essa investigação, não conseguimos trabalhar de forma eficaz”, reforça.
Por outro lado, há verdades importantes que, para Michele, merecem destaque. Ela afirma que, de fato, muitas doenças apresentam relação direta com vivências emocionais intensas, algo já estudado por diversas áreas da saúde. “Quando entendemos que o corpo não erra, mas reage para nos proteger, passamos a encarar os sintomas de forma menos assustadora e mais consciente”, comenta.
Para a terapeuta, o maior ganho da Medicina Germânica está em oferecer ao paciente um papel ativo no próprio processo de cura. “A pessoa deixa de ser apenas receptora de tratamentos e passa a entender o que está acontecendo com seu corpo. Isso empodera e transforma”, conclui Michele. Ainda assim, ela reforça: o diálogo com a medicina convencional é indispensável para garantir segurança e resultados consistentes.