Gislene Pingituro revela bastidores do alto escalão em novo livro

Foto: Divulgação -  (crédito: Gislene Pingituro)
Foto: Divulgação - (crédito: Gislene Pingituro)

Gislene Pingituro já assessorou CEOs de empresas como CNN Brasil, CNBC Times Brasil e Dentsu Inc. Participou de reuniões estratégicas, coordenou agendas críticas e acompanhou negociações sensíveis. Também liderou projetos internacionais em Miami e na Irlanda, sempre a partir de um ponto de vista privilegiado: o da assistente que observa, registra, articula e executa.

A profissional por trás dessas operações de bastidor é Gislene Pingituro, que soma mais de 20 anos de experiência no suporte à alta liderança. Graduada em Gestão Financeira, com MBA em Gestão de Projetos - USP e formação em Neurobusiness, também atuou na gestão de Family Office e em estruturas corporativas complexas.

Agora, transforma essa vivência em livro. Em primeira mão, por meio de um manuscrito de estreia, compartilha episódios profissionais e reflexões sobre a função que ocupa entre a liderança e a operação. Sem recorrer a elogios sobre a própria função, apresenta o cotidiano de quem atua com escuta ativa, leitura de contexto e organização de bastidores que raramente ganham visibilidade.

“Pouca gente enxerga o que acontece atrás da porta fechada. A maioria vê uma assistente apenas como suporte. Mas há um tipo de poder invisível ali, o de antecipar, articular e alinhar, mesmo sem assinatura formal em decisões”, afirma.

No capítulo inicial, intitulado “O poder invisível de uma secretária”, a autora descreve duas formas comuns de interpretar o cargo: uma técnica, voltada a tarefas operacionais, e outra estratégica, baseada em análise de clima, antecipação de ruídos e alinhamento institucional.

Um dos episódios narrados envolve um vice-presidente que demonstrava sinais sutis de insatisfação. Com base na leitura de comportamento e de bastidores, a escritora sugeriu ao CEO um encontro informal com o executivo. A conversa, aparentemente casual, contribuiu para a permanência do profissional na empresa.

“Fui eu quem notou. Sugeri o encontro no tempo certo. Eles conversaram. E ele permaneceu. Meu nome nunca foi citado. E não precisava”, relata.

A obra segue uma estrutura autobiográfica. A autora utiliza episódios reais de sua carreira para discutir os diferentes níveis de atuação das assistentes executivas, propondo uma leitura crítica sobre o papel da função dentro das organizações. Ao longo do texto, apresenta situações em que essas profissionais influenciam decisões, mesmo sem protagonismo direto.

“Uma assistente que conhece o executivo, entende a estrutura e sabe ler o ambiente, contribui para decisões mesmo sem participar delas diretamente. Ela sabe o que deve ser dito, quando e como”, escreve.

Entre os demais capítulos, destacam-se relatos como “O Sequestro, O Divórcio do Executivo e o papel da Secretária, Superando o Impossível (com quatro versões ambientadas em diferentes contextos como Nevasca, Clube, Intercâmbio), além de experiências internacionais em Miami e na Irlanda, o episódio intitulado Missão Madrinha do CEO, envolvendo um acidente de carro com banqueiro e motorista. O título final — Secretária por vocação ou força maior? — encerra a obra retomando o ponto de partida de sua trajetória, unindo vocação, superação e propósito.

Com publicação prevista para os próximos meses, o livro se dirige a profissionais da área e lideranças que buscam compreender melhor os bastidores que sustentam a rotina de alta gestão. Entrevistada por veículos como CNN Brasil e Estadão, a autora também participa de eventos voltados ao aperfeiçoamento da profissão.

“Ser discreta não significa estar ausente. Há decisões que começam muito antes da reunião, e muitas vezes, o primeiro movimento parte da assistente”, conclui.

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postado em 01/07/2025 16:48 / atualizado em 01/07/2025 16:48
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