Bruno Montaleone brilha em Milão e celebra sucesso de "Homem com H"

Sua aparição no Quadrilátero della Moda, epicentro milanês, foi tudo, menos decorativa

Bruno Montaleone brilha em Milão e celebra sucesso de
Bruno Montaleone brilha em Milão e celebra sucesso de "Homem com H" - (crédito: Instagram )

Bruno Montaleone acaba de voltar de uma das cadeiras mais vigiadas da temporada de moda europeia: a fila A do desfile da Emporio Armani, em Milão. Foi sua estreia oficial no calendário fashion internacional, num momento em que seu nome também ecoa com força nas plataformas de streaming, com o longa-metragem “Homem com H” cravando o 4º lugar no Top 10 Global da Netflix, com 3,1 milhões de visualizações logo na primeira semana.


Sua aparição no Quadrilátero della Moda, epicentro milanês, foi tudo, menos decorativa. Já rastreado pelos cool-hunters desde que encarnou a estética romantic outlaw da John John, desdobrando-se em rosto de campanha global para a Zara Man, Montaleone agora circula entre dois mundos que, cada vez mais, se fundem: moda e audiovisual, estética e performance, branding e narrativa. A intersecção não é acidental: ela faz parte do movimento.


“Estar naquele lugar, no coração de uma linguagem visual tão potente, mudou bastante a forma como enxergo a moda, e fez até com que eu me sentisse mais inspirado para inovar. Estar ali, enquanto o filme tomava proporção também fora do Brasil, depois de ter encerrado o 27º Festival de Cinema Brasileiro de Paris, foi um momento de deslocamento que trouxe percepções diferentes: parecia que as coisas estavam respondendo ao mesmo tempo. Moda, cinema, e até a forma como me comunico e me posiciono no audiovisual. É como se o trabalho tivesse reverberado onde a gente menos esperava, mas mais precisava.”
“Homem com H”, onde interpreta a figura de Marco de Maria, ex-companheiro do ícone da música Ney Matogrosso, não apenas foi visto — foi absorvido.

A cinebiografia, inspirada na persona do cantor, teve 6,8 milhões de horas assistidas em sete dias, além de liderar o ranking brasileiro da plataforma. Em Portugal, alcançou o 4º lugar no Top 10 diário; no Uruguai, oscilou entre as primeiras posições durante quase toda a semana, sinalizando um interesse transnacional por uma figura até então lida como essencialmente brasileira.


No circuito offline, os números também impressionam: mais de 600 mil ingressos vendidos e uma bilheteria que já ultrapassou os R$ 13 milhões, ainda no início de junho. Mas o que talvez mais comova é perceber que o sucesso do filme não se limita às fronteiras nacionais. A obra encontrou eco em outros idiomas, outras culturas, outras sensibilidades. E isso não se deve a um didatismo cultural ou a uma tropicalização pasteurizada para exportação. Ao contrário, a força está na radicalidade com que se mantém brasileiro.


“O filme é sobre liberdade, mas também sobre resistência. Sobre aquilo que a gente precisa, ou pensa que precisa, negociar para existir. Ney encarna isso como ninguém. E fazer esse trabalho sem tentar suavizar a complexidade dele, sem tornar o personagem palatável demais, foi uma decisão. Ver isso repercutindo lá fora, sem essa ‘dublagem emocional’, sem concessão estética, me traz um sentimento muito bom. A sensação é de que a gente conseguiu entregar a narrativa de um grande artista brasileiro com a inteireza que ele exige, e ver isso ecoar em outros idiomas, em outras sensibilidades, é como se o filme reafirmasse que o Brasil, quando é fiel a si mesmo, não fala só com o Brasil, mas também fala com o mundo todo”, conclui.

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MM
postado em 18/07/2025 11:14
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