
O ator, roteirista e diretor Rodrigo Tardelli traz um olhar sensível e necessário sobre relacionamentos abusivos na comunidade LGBT na série, “Estranho Jeito de Amar”.
A produção independente, que está disponível no YouTube e já soma mais de 12 milhões de visualizações, utiliza a ficção para abrir um espaço crucial de discussão sobre temas sociais como a saúde mental e os desafios nos relacionamentos.
Com uma trama intensa e honesta, a série retrata o dilema de dois homens em uma relação que, aos poucos, se revela tóxica. Para Rodrigo, a ficção tem um papel fundamental em dar voz a essas questões.
“Eu acredito que a ficção tem esse poder de abrir espaço para conversas que muitas vezes não acontecem no dia a dia. Quando o público se vê refletido na tela, se cria uma ponte muito direta com a realidade”, afirma.
O impacto da série tem sido reconhecido internacionalmente, com 20 indicações em festivais de cinema ao redor do mundo. Esse reconhecimento, segundo Tardelli, demonstra que a abordagem do tema, mesmo sendo complexa, ressoa em diversas culturas.
“Estranho Jeito de Amar” não tem a intenção de ser uma história confortável, mas sim de provocar uma reflexão em quem assiste. A série questiona o que as pessoas estão dispostas a aceitar em nome do amor e destaca a importância de não se anular para estar com o outro. “Que amor não é sinônimo de dor. Quero que as pessoas se reconheçam, mas também se questionem sobre o que aceitam em nome do amor”, explica o ator.
Os desafios para a produção foram significativos, especialmente por se tratar de um tema delicado e por ser uma obra independente. “Eu quis tratar com honestidade, mas também com cuidado, porque sei que muita gente que assiste já passou por algo parecido”, revela o criador.
O resultado é uma série que se propõe a ser um retrato cru, mas também cheio de verdade e emoção. "É uma série intensa, real e necessária. O objetivo é tirar esse assunto do silêncio e transformar em debate, de forma sensível e verdadeira", define.
A série reforça como Rodrigo busca usar a arte não apenas para entreter, mas para gerar algum impacto social e incentivar debates sobre a complexidade das relações humanas.