
Mineira de Belo Horizonte, Isabela Souza tornou-se um nome notável da nova geração de atrizes brasileiras. Ela fez história ao protagonizar “Bia”, produção da Disney que marcou a primeira vez em que alguém do nosso país esteve à frente de um projeto internacional do estúdio.
Esse passo transformou sua carreira em vitrine para além das fronteiras e abriu espaço para que outras meninas sonhassem em ocupar lugares semelhantes. Atualmente, a artista vive a professora Pilar em “A Caverna Encantada”, novela do SBT que se aproxima da reta final.
Entre os momentos marcantes de sua trajetória está a gravação da música “Speechless”, tema do live-actionde “Aladdin”. Em português e espanhol, sua interpretação ultrapassou vinte milhões de visualizações no YouTube e mais de dez milhões de reproduções no Spotify.
A canção, que marca a força e o empoderamento da princesa Jasmine, tornou-se símbolo para muitas meninas que encontraram ali uma voz próxima da sua. Isabela comenta: “Cantar ‘Speechless’, que em português ganhou o título ‘Ninguém Me Cala’ e em espanhol ‘Callar’, foi entender que meu trabalho podia atravessar a tela e tocar de verdade quem me ouvia"
"Recebi mensagens de meninas dizendo que se sentiram fortes e capazes depois de ouvir a música. Foi aí que percebi que não era só sobre dublar uma princesa, era sobre dizer que a nossa voz também tem um grande lugar no mundo. Essa resposta do público me marcou profundamente e continua me emocionando bastante até hoje", completa.
A forma como a atriz se apresenta também a insere no debate sobre moda e representatividade. Sua presença não é sobre tendências passageiras, mas sobre uma beleza que carrega o DNA da latinidade e encontra ressonância em qualquer cenário.
Ela acrescenta: “Acredito que a beleza latina é caracterizada pela pluralidade. No Brasil, isso fica ainda mais evidente. Somos um país com tantas formas de existir e tantas maneiras de ser bonito que não dá para reduzir a uma só estética. O que me inspira é justamente essa diversidade. Mostrar que nossa beleza não cabe em um molde, que o Brasil é múltiplo e que cada rosto e cada história têm o poder de refletir algo único.”
Esse movimento acompanha uma transformação mais ampla: o crescente interesse da indústria internacional pelo Brasil e pela América Latina está mudando a forma como esses povos são retratados. As narrativas fáceis da “mulher sexy” ou do “homem bronco” já não sustentam personagens nem campanhas publicitárias.
Abre-se espaço para papéis complexos, plurais e sofisticados, que mostram o continente como fonte de criatividade e inteligência cultural. Isabela traduz essa virada com clareza: "Estamos vivendo um momento em que o mundo quer nos ouvir de verdade. Isso significa que já não precisamos aceitar estereótipos para ter espaço. O Brasil é tão interessante porque é múltiplo, porque mistura, porque inventa".
"Quando a indústria entende isso, ela começa a nos ver não como caricaturas, mas como artistas e pessoas completas e complexas. Essa é a mudança que mais me anima: saber que podemos ocupar o centro das narrativas sem sermos reduzidos e sem deixar de ser quem somos", completa.