Reforma

Museu de Arte de Brasília será entregue ainda este ano após reforma de R$ 10 milhões

Mesmo sem data de inauguração, a primeira exposição está em fase de elaboração e contará a História da Arte de Brasília

Correio Braziliense
postado em 10/08/2020 15:34
Reforma do MAB será concluída ainda este ano -  (crédito: Arquivo Agência Brasília)
Reforma do MAB será concluída ainda este ano - (crédito: Arquivo Agência Brasília)

Depois de 13 anos fechado, os brasilienses estão cada dia mais perto de ter de volta uma das mais importantes atrações turísticas da capital, além de fundamental espaço para a cultura da cidade, o Museu de Arte de Brasília (MAB). Às margens do Lago Paranoá, no Setor de Hotéis e Turismo Norte, o museu foi inaugurado em 1961 e passa por um processo de reforma, mesmo com os desdobramentos da pandemia do novo coronavírus. A previsão de entrega do “novo MAB” é para esse semestre. A obra será executada pela Novacap, com recursos do Banco do Brasil e da Terracap, na ordem de R$ 10 milhões.

A nova estrutura irá obedecer às necessidades de segurança e de acessibilidade, com dois elevadores para cadeirantes. Com isso, as pessoas com deficiência poderão ter acesso ao pavimento superior do prédio.
A novidade será a disponibilidade de uma reserva técnica com quase 600 metros quadrados, que não existia. Também haverá um laboratório de restauro e conservação, além de sala de triagem para receber e avaliar as obras. “Esse ambiente conta com sistema de combate a incêndio, dutos de ar condicionado para refrigerar e detectores de fumaça para avisar com antecedência um possível fogo”, detalha Thales Yorran, um dos engenheiros responsáveis pela obra.

“A gente quer resgatar aquilo que o MAB foi concebido para ser, ou seja, um grande celeiro de ideias, um lugar onde o artista possa pintar o sete, literalmente”, comemora o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Bartolomeu Rodrigues. “O nosso desejo é fazer do espaço um conceito diferente dos outros museus, onde as pessoas vão contemplar obra de arte, mas que ali também aconteçam oficinas integradas com o mundo acadêmico”, diz o secretário.

O espaço, prestes a ser reinaugrado, serviu de anexo para o Brasília Palace Hotel, para o clube das Forças Armadas e até para um casarão do samba. Somente em 1985 se tornou galeria de um acervo composto por obras raras. Para quem conheceu o que era o prédio do MAB antes e o que será hoje, o projeto de revitalização do local é, no mínimo, apaixonante. O novo prédio, antecipa o secretário de cultura, não vai deixar nada a desejar para o que há de mais moderno em termos de concepção de obra pública para instalação do gênero.

Sustentabilidade

Com uma área de 432 m², na qual comporta duas galerias e um anfiteatro com capacidade para 20 pessoas, o local teve o sistema de rede elétrica e ar condicionado recuperados, além de teto revitalizado. O espaço também ganhou carpete e pintura novos.

“São equipamentos que fazem parte da história da nossa cidade, alguns deles tombados que precisam ser zelados. Essa é a nossa preocupação. Que quando tudo voltar ao normal, a ‘casa’ esteja arrumada”, enfatiza o secretário Bartô.

Um dos principais destaques da obra são os sistemas de climatização e de energia solar. Toda a cobertura da construção irá captar a chuva para jogá-la nos tubos que vão até os reservatórios de águas pluviais no subsolo. A água será aproveitada para irrigação dos jardins. “Será um projeto autossustentável”, explica Bartolomeu.
Haverá ainda uma passagem subterrânea que fará a ligação direta com a reserva técnica do museu e novas paredes de cobogós na parte inferior do prédio que se somam ao projeto original da fachada superior.

Ao redor do museu, terão gramas e árvores destacadas por luzes que vão fazer a integração entre a natureza e o concreto que tanto marca a arquitetura moderna de Brasília. “O desejo é fazer do MAB um conceito diferente do Museu da República”, diz Bartô, apelido do secretário.

Inauguração

Ainda sem data marcada, a exposição inaugural, que servirá de base para uma montagem de longa duração contando a História da Arte de Brasília, está em fase avançada de elaboração. A ideia, segundo o subsecretário de Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura do DF, Demétrio Carneiro, responsável pelo acervo do MAB, é que o espaço passe a abranger também a História do Design da capital.

Para isso, o acervo contará com peças históricas, como por exemplo, do arquiteto Sérgio Rodrigues (1927–2014), assim como artigos de outros designers contemporâneos. Alguns desses trabalhos são premiados internacionalmente.

“Além de acrescentar à sua proposta de trabalho os móveis autorais da indústria moveleira da cidade, o MAB irá também fazer o mesmo com a produção de ladrilhos local, fazendo do espaço o maior em obras identitárias do DF”, defende Demétrio.

Para Bartolomeu Rodrigues, a reinauguração do Museu de Arte de Brasília será a ponta de um projeto mais ambicioso ainda – a consolidação de um complexo cultural que vai do museu até a Concha Acústica. Para que a ideia ganhe forma, um grupo de trabalho envolvendo as secretarias de Cultura, Desenvolvimento Urbano e Obras, com a Novacap, foi formado.

“O governador ainda vai anunciar formalmente, mas queremos aproveitar a reinauguração do MAB e transformar toda essa área num complexo cultural, inclusive, a Concha Acústica, que é outro equipamento nosso importantíssimo que está subvalorizado”, comenta. “Ainda não temos nome, para o complexo, é um projeto que está sendo desenhado, é um espaço que precisa ser mais valorizado no pós-pandemia, para levantar a cidade”, planeja.

*Com informações da Agência Brasília

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