Música

'Fui 100% sincero', afirma rapper DonCesão sobre o disco ‘Ego’

Em entrevista ao Correio, o artista conta que a paternidade o inspirou a voltar a lançar um álbum após nove anos

Lucas Batista*
postado em 29/08/2020 08:00
DonCesão voltou a lançar álbum após nove anos -  (crédito: Ceia Ent/Trovoa/Divulgação)
DonCesão voltou a lançar álbum após nove anos - (crédito: Ceia Ent/Trovoa/Divulgação)

Depois de nove anos afastado dos lançamentos de discos autorais, o rapper DonCesão divulgou o terceiro álbum da carreira, intitulado como Ego. Nesse período, o cantor se dedicou ao ramo empresarial criando o selo Ceia Ent, com a sócia Nicole Balestro, compondo canções e ajudando a alavancar carreiras de outros artistas.

A paixão pela produção não é de hoje. “Sempre fui muito fã de rap, mas gostava de ir atrás da informação, decorava revistas de rap, que tenho até hoje. Sempre gostei de ir no encarte, ver a parte da produção, foi sempre um amor pela preparação. Gosto de estudar outros selos, ver os nomes por trás de grandes sucessos. Sou bem nerd quando se trata de rap”, conta o rapper em entrevista ao Correio.

Dessa forma, o produtor colaborou com carreiras de artistas que estão estourados no rap, como Djonga, Clara Lima, Febem e Kyan. “Hoje eu não me enxergo mais como um MC, gosto de fazer o corre com a galera, de propiciar coisas para outros artistas, ver a galera crescendo. Acredito na visão dessas pessoas e gosto de investir nisso, são pessoas que me ensinam e, se elas me ensinam, outras pessoas também vão gostar de ouvir”.

Mas, em Ego, DonCesão foca em si. No álbum, o cantor fala sobre referências, carreira e algo que mudou a vida do artista: a paternidade. “Minha motivação maior foi o nascimento do meu filho. Depois disso comecei a revisar várias coisas que tinha vivido, que gostava. Com a vinda da minha paternidade relembrei muitas coisas da minha criação. Isso me fez melhorar em vários sentidos e acabou refletindo na minha vontade de escrever, de voltar a criar e de deixar mais um capítulo na minha história”, reflete.

A mudança do rapper ao longo desses anos foi tanta, que, na canção primeira canção do álbum, Césarele diz que é necessário conhecê-lo de novo. “Sou diferente daquele DonCesão, digo que as pessoas precisam me conhecer de novo porque hoje sou outra pessoa, estamos em uma evolução constante. Quando você tem minimamente uma atenção, você tem que ser sincero. Demorei a fazer um disco, porque fazia as composições, achava bonito, mas também considerava matemático. Nesse disco não me preocupei com métrica, composição de rima e tudo mais, quis falar sobre o momento que estava vivendo e fui 100% sincero”, explica.

Já na canção Ref/R.A.P., o cantor versa sobre algumas das referências. “O Mano Brown é a grande referência para mim dentro do rap e do que eu acredito que o rap tem que caminhar. Na forma toda, desde a discografia, a tudo que ele representou e representa até hoje, os caminhos que ele escolhe. O Brown tem aquele jeitão dele, mas ele tem muita humildade para ouvir, está sempre rodeado de jovens e está atento a tudo que está acontecendo. Admiro ele como artista e como pessoa. A música mostra o respeito que tenho pelas pessoas que conseguiram contar história. São pessoas que deram estalo em mim”.

Confira a canção Ref/R.A.P.:

 


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