Elencando 12 itens contrariados no chamamento público que definiu a Organização da Sociedade Civil, na realização do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, entidades locais de profissionais de cinema assinaram carta aberta de denúncia contra o processo de seleção.
Da falta de metas e de instrumentos de aferição destinados ao exame de público alvo do evento, passando por contrariedades quanto à plataforma virtual a sediar o evento, sem contar a falta de experiência da Eu Ligo (OSC selecionada pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa), o grupo que assinou a carta pretende, junto ao Ministério Público de DF e Territórios e à Câmara Legislativa, suspender, anular e responsabilizar os agentes envolvidos. No documento assinado, há representação da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro, da Aprocine (formada por produtores e realizadores do DF), da Associação Cultural Faísca e do coletivo Movielas, além de grupos como Convergência Audiovisual DF e Aspec. Escalados como curadores do evento (no âmbito da Secec), previsto para dezembro, Sara Rocha e Sérgio Moriconi pediram desligamento, diante de todas as irregularidades.
O festival, confirmado como Patrimônio Imaterial do DF, segue periclitante, uma vez que as entidades apontam ilegalidades. Para o cenário de desclassificação da OSC Eu Ligo pesariam as denúncias de uma equipe absolutamente desvinculada da atuação do meio de cinema, o repasse de R$ 320 mil para drive-in do qual o coordenador geral do grupo de trabalho da OSC seria sócio, a falta de portfólio da equipe pretendida, inaptidão na metodologia de inscrição e seleção dos filmes, e falta de estratégia para projeção de filmes em diferentes Regiões Administrativas do DF.
Planejamento operacional na grade dos filmes inexistente no projeto apresentado pela OCS Eu Ligo também estaria na mira para possível desclassificação da entidade que foi homologada na semana passada pela Secec. Outro descontentamento apontado pelo grupo cerca a realização de sessões em Cine Drive-in, em período típico de chuvas para o DF, no mês de dezembro.
Na semana passada, a Secretaria de Cultura do Distrito Federal (Secec), questionada pelo Correio sobre possíveis irregularidades, disse desconhecer o teor de fatos que desqualifiquem a capacidade da entidade Eu Ligo.
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