Obituário

Morre, aos 88 anos, o cartunista argentino Quino, criador de Mafalda

A informação foi confirmada por fontes próximas ao artista e publicadas nas redes sociais nesta quarta-feira (30/9)

O cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, o Quino, como era chamado, mundialmente conhecido por ser o criador da personagem Mafalda morreu aos 88 anos nesta quarta-feira (30/9). As primeiras informações foram confirmadas pelo editor do artista, Daniel Divinsky, e pelas redes sociais oficiais de Quino.

Pelo Twitter, Divinsky escreveu: “Quino morreu. Todas as pessoas boas do país e do mundo vão chorar por isso”. Já a página oficial da Mafalda compartilhou: “Familiares e amigos informam que, nesta manhã, faleceu nosso querido mestre Quino”.

De acordo com o jornal argentino Clarín, Quino morreu devido a complicações após um AVC que o artista teve na última semana.

A clássica Mafalda

A primeira edição de Mafalda, criada por Quino, foi publicada em setembro de 1964, na revista Primeira Plana. Foram, ao todo, desenvolvidas mais de 1.900 histórias da personagem.

O desenho ficou famoso por todo o mundo não só como entretenimento, mas, também, como engajamento literário, em livros didáticos e de história. Mafalda tem características autênticas e peculiares para uma criança.

Os desdobramentos das tirinhas sempre resultam na personagem questionando e problematizando situações tidas como importantes, politizadas e filosóficas. As aventuras da pequena garota argentina estão presentes, também, em jornais e revistas em vários países distintos.

A representatividade da personagem criada por Joaquín e a crítica contida nos desenhos feitos por ele tiveram bastante impacto no cenário econômico e político da Argentina, que na época, vivia em uma ditadura. Mafalda se tornou, desde a criação, um símbolo de luta contra a opressão sistêmica. Posteriormente, o cartoon foi admitido como um ícone mundial contra repressão política.

Até hoje, Mafalda é o desenho latino-americano mais vendida para diversos fins. As histórias da pequena menina foram traduzidas em mais de 30 idiomas e já receberam premiações importantes para a cultura como o Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades, em 2014.