Obituário

Referência na música pernambucana, maestro Guedes Peixoto morre aos 89 anos

Vítima de um infarto, o artista lidava com um avançado quadro de diabetes

Diário de Pernambuco
postado em 16/11/2020 08:55 / atualizado em 16/11/2020 08:55
 (crédito: Reprodução/YouTube)
(crédito: Reprodução/YouTube)

O maestro e compositor pernambucano Guedes Peixoto morreu, neste domingo (15/11), vítima de um infarto. Aos 89 anos, o artista lidava com um avançado quadro de diabetes. Um dos mais famosos regentes de baile e compositores de frevo do Estado, Guedes dirigiu a Orquestra Sinfônica do Recife, foi responsável pela formação de vários músicos, além de incentivar outros maestros como Edson Rodrigues e Spok. O enterro foi realizado no Cemitério de Santo Amaro na tarde de domingo.

Natural de Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, Mário Guedes Peixoto é uma referência na música do estado. Iniciou a carreira artística ainda criança tocando trombone, a sua familiaridade com o instrumento o levou a integrar a banda Saboeira, centenária em sua cidade. Deu seguimento aos estudos no Conservatório Pernambucano de Música, no Recife.

Esteve à frente de diversas orquestras pernambucanas e enveredou pela música erudita até assumir a regência da Orquestra Sinfônica do Recife entre os anos de 1975 e 1984, à convite do então secretário de Cultura do Recife, Ariano Suassuna.

Ao longo de sua trajetória, compôs muitos frevos canção e de rua, como Reforma agrária e Frevo da saudade e frevioca, além de peças eruditas com influências de ritmos nordestinos, como Maracatu para piano e Ciranda para orquestra. Paralelamente, tornou-se bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco. Nesse período, exerceu, por muitos anos, na Ordem dos Músicos do Brasil – Secção de Pernambuco, as funções de Conselheiro e Presidente.

Afastado dos palcos há mais de cinco anos, o maestro teve a sua obra homenageada pela Orquestra Sinfônica do Recife no ano passado. A sua primeira gravação, o frevo Barbosa Filho no frevo completa 60 anos neste ano. Na época, a canção foi gravada pelo selo Mocambo (da Gravadora Rozenblit).

Em nota, o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife lamentou a morte do artista. “Perdemos um grande maestro. Mais um coração do frevo que silencia. Celebramos sua enorme contribuição à nossa cultura e a força de cada uma de suas composições, que seguirão pulsando no imaginário das ruas e nos ajudando a entender e festejar quem somos”, afirmou. A Secretaria de Cultura do Recife, a Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) também prestaram condolências ao maestro por meio de comunicados.

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